Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

PROPTOSE POR MUCOCELE DOS SEIOS PARANASAIS: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: A proptose resulta de uma ampla variedade de patologias que podem ser prejudiciais à visão. História clínica, exame físico e imagem são cruciais para estabelecer a etiologia. Frente à proptose uni- ou bilateral, a doença ocular tireoidiana deve ser considerada como 1ª causa. Porém, quando combinada com distopia, lesões extraconais devem ser levantadas. Relata-se um caso de proptose por mucocele.
Relato de Caso: Feminino, 54 anos, procura atendimento por quadro de proptose e queixas de superfície ocular em OE, há 3 meses. Nega dor e diplopia. Histórico de rinossinusite de repetição. Nega cirurgia e/ou trauma prévio. Ao exame, observava-se proptose e distopia inferior à esquerda. Acuidade visual era 1.0 em AO. Motilidade ocular extrínseco apresentava restrição na elevação do OE em supraversão à direita e na adução à dextroversão (Figura 1). Biomicroscopia e fundoscopia sem alterações. Na TC de seios da face, notava-se lesão expansiva com densidade de partes moles, sem realce significativa pelo meio contraste e origem presumida no etmoide à esquerda, além de remodelamento ósseo em correspondência, com limite superior restrito ao seio frontal e descontinuidade das paredes medial e superior da órbita; havia deslocamento dos músculos oblíquo superior e reto superior e medial (Figura 2). O diagnóstico foi mucocele. Foi submetida à cirurgia endoscópica nasossinusal, em conjunto com a equipe da Otorrinolaringologia, com resolução do quadro (Figura 3).
Discussão: As mucoceles dos seios paranasais são lesões císticas de revestimento epitelial com conteúdo mucoide. Mais comum nos seios frontal e etmoidal, desenvolvem após obstrução dos óstios de drenagem. Podem comprometer a órbita e a cavidade intracraniana. O quadro inclui proptose, distopia, diplopia ou epífora. A TC é o exame de eleição. O tratamento das mucoceles é cirúrgico, envolve excisão completa. A tendência é realizar uma abordagem funcional, pouco invasiva e com baixa morbidade, através da cirurgia endoscópica nasossinusal.
Conclusão: O diagnóstico diferencial de proptose é amplo e a propedêutica frente a um caso se torna essencial para bom manejo clínico e/ou cirúrgico. A mucocele é o tumor orbitário benigno mais comum do adulto. O caso apresentado é típico: mulher de meia idade, histórico de rinossinutite, proptose unilateral, progressiva, indolor e não pulsátil, combinada com distopia. Destaca-se a importância do manejo multidisciplinar, visando preservar visão e prevenir desfigurações.

Referências Bibliográficas

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Área

OCULOPLÁSTICA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Hospital Federal dos Servidores do Estado - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

GABRIELA YEA-HUEY YANG, ISABELLE QUEIROZ FAVRE, RAFAELA VALENTIM GOLDENZON, RODRIGO GONÇALVES PEIXOTO OLIVEIRA, EROS GONÇALVES DE SOUZA, LAURA DAYE GONÇALVES LEITE, MARCELO CHEMIN CURY