Dados do Trabalho
Título
PROPTOSE POR MUCOCELE DOS SEIOS PARANASAIS: RELATO DE CASO
Resumo
Introdução: A proptose resulta de uma ampla variedade de patologias que podem ser prejudiciais à visão. História clínica, exame físico e imagem são cruciais para estabelecer a etiologia. Frente à proptose uni- ou bilateral, a doença ocular tireoidiana deve ser considerada como 1ª causa. Porém, quando combinada com distopia, lesões extraconais devem ser levantadas. Relata-se um caso de proptose por mucocele.
Relato de Caso: Feminino, 54 anos, procura atendimento por quadro de proptose e queixas de superfície ocular em OE, há 3 meses. Nega dor e diplopia. Histórico de rinossinusite de repetição. Nega cirurgia e/ou trauma prévio. Ao exame, observava-se proptose e distopia inferior à esquerda. Acuidade visual era 1.0 em AO. Motilidade ocular extrínseco apresentava restrição na elevação do OE em supraversão à direita e na adução à dextroversão (Figura 1). Biomicroscopia e fundoscopia sem alterações. Na TC de seios da face, notava-se lesão expansiva com densidade de partes moles, sem realce significativa pelo meio contraste e origem presumida no etmoide à esquerda, além de remodelamento ósseo em correspondência, com limite superior restrito ao seio frontal e descontinuidade das paredes medial e superior da órbita; havia deslocamento dos músculos oblíquo superior e reto superior e medial (Figura 2). O diagnóstico foi mucocele. Foi submetida à cirurgia endoscópica nasossinusal, em conjunto com a equipe da Otorrinolaringologia, com resolução do quadro (Figura 3).
Discussão: As mucoceles dos seios paranasais são lesões císticas de revestimento epitelial com conteúdo mucoide. Mais comum nos seios frontal e etmoidal, desenvolvem após obstrução dos óstios de drenagem. Podem comprometer a órbita e a cavidade intracraniana. O quadro inclui proptose, distopia, diplopia ou epífora. A TC é o exame de eleição. O tratamento das mucoceles é cirúrgico, envolve excisão completa. A tendência é realizar uma abordagem funcional, pouco invasiva e com baixa morbidade, através da cirurgia endoscópica nasossinusal.
Conclusão: O diagnóstico diferencial de proptose é amplo e a propedêutica frente a um caso se torna essencial para bom manejo clínico e/ou cirúrgico. A mucocele é o tumor orbitário benigno mais comum do adulto. O caso apresentado é típico: mulher de meia idade, histórico de rinossinutite, proptose unilateral, progressiva, indolor e não pulsátil, combinada com distopia. Destaca-se a importância do manejo multidisciplinar, visando preservar visão e prevenir desfigurações.
Referências Bibliográficas
1. BOWLING, B. Kanski Oftalmologia Clínica: Uma abordagem sistêmica. 8 ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2020.
2. TOPILOW, N.J.; TRAN, A.Q.; KOO, E.B.; ALABIAD, C.R. Etiologies of Proptosis: A review.Intern Med Rev (Wash D C). 2020 March ; 6(3): . doi:10.18103/imr.v6i3.852.
3. AHMAD, S.S.; ANWAR, R.; KHAN, A.; USMANI, N.; JAHAN, S. Evalution of Proptosis: A primer. Touchreviews in Ophthalmology, 2021. DOI: https://doi.org/10.17925/OPHT.2021.15.1.26.
4. BEDRAN, M.L.; GUEDES, J.; CERQUEIRA, V.B.; GUEDES, V.; MARCHIORI, E. Aspectos Clínico-tomográficos da Mucocele com Invasão orbitária. Arq Bras Oftalmol 2003;66:461-4.
5. KOIFMAN, A.C.; CARNEIRO, B.G.; PROTA, L.E.; ARAÚJO, N.E.C.; AZEVEDO, C.M.; CERQUEIRA, V.B. Aspectos Tomográficos da Órbita Aguda Infecciosa: Revisão de Literatura. Rev Bras Oftalmol. 2014; 73 (2): 112-6.
6. RAYES, T.R.; BERALDIN, B.S.; RAYES, A.; RAYES, G.R. Mucocele Etmoidal e Frontoetmoidal com Extensão Orbitária: Relato de dois casos. Arquivos Catarinenses de Medicina Vol. 37, no. 3, de 2008.
Área
OCULOPLÁSTICA (trabalhos)
Categoria
Pôster Eletrônico
Instituições
Hospital Federal dos Servidores do Estado - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
GABRIELA YEA-HUEY YANG, ISABELLE QUEIROZ FAVRE, RAFAELA VALENTIM GOLDENZON, RODRIGO GONÇALVES PEIXOTO OLIVEIRA, EROS GONÇALVES DE SOUZA, LAURA DAYE GONÇALVES LEITE, MARCELO CHEMIN CURY