Dados do Trabalho

Título

O IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMATICAS NA SAUDE OFTALMOLOGICA, UMA REVISAO DE LITERATURA

Resumo

Introdução: A poluição, a destruição da camada de ozônio e as mudanças climáticas nas últimas décadas influenciam a incidência de diversas afecções oculares(2,5). A maior exposição à radiação solar é associada ao desenvolvimento de catarata senil e degeneração macular relacionada à idade (DMRI) (1,3), enquanto a poluição do ar tem relação com processos irritativos e inflamatórios nos olhos(5).
Objetivos: Analisar o impacto da crescente exposição ocular aos raios ultravioleta do sol e à poluição.
Metodologia: O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, descritiva e comparativa, elaborada com base em estudos relacionados a afecções oculares associadas a mudanças climáticas e poluição. Os critérios de inclusão foram estudos sobre os efeitos da radiação solar e da poluição do ar nos olhos. Para embasamento teórico, foi realizada pesquisa nas bases de dados PubMed, LILACS e Scielo, com base nos seguintes descritores: “mudanças climáticas”, “catarata”, “camada de ozonio”,“poluição”. Utilizou-se o operador booleano “AND” e “OR” para combinar os termos, e os critérios de exclusão foram os estudos incompletos ou realizados antes do ano de 2020.
Resultados: Há evidências da relação entre catarata, conjuntivite, pterígio, DMRI, fotoceratite e carcinoma espinocelular da conjuntiva com a exposição à radiação solar(1,2,3). O método mais preciso para quantificar a intensidade e distribuição da radiação solar recebida pelos olhos tem décadas desde sua última aplicação em um estudo(4). Portanto, não há dados sobre como a destruição da camada de ozônio resultou diretamente na incidência dessas doenças. Em relação à poluição ambiental, a baixa qualidade do ar é um fator de risco modificável para conjuntivite alérgica, catarata, DMRI e glaucoma(5). Apesar disso, há uma baixa frequência de publicações relacionadas ao impacto das alterações climáticas na saúde ocular em países com elevada poluição atmosférica(6).
Conclusão: Há uma lacuna na pesquisa acerca dos impactos das mudanças climáticas relacionadas à ação antropomórfica sobre a incidência de afecções oculares. Apesar do aumento da radiação solar decorrente da destruição da camada de ozônio e das mudanças climáticas, vale ressaltar que as afecções oculares, em sua maioria, requerem exposição crônica, suscetibilidade genética, hábitos predisponentes e ambientes específicos para serem significativamente influenciadas pela exposição à radiação UV e a poluição.

Referências Bibliográficas

1.Chawda D, Shinde P. Effects of solar radiation on the eyes. Cureus. 2022 Oct 29;14(10).

2.Korzeniewski K: Eye diseases in travelers. Int Marit Health. 2020, 71:78-84. 10.5603/IMH.2020.0015

3. Li X, Cao X, Yu Y, Bao Y. Correlation of Sunlight Exposure and Different Morphological Types of Age-Related Cataract. BioMed Research International. 2021 Nov 12;2021.

4.Marro M, Moccozet L, Vernez D. Assessing human eye exposure to UV light: a narrative review. Frontiers in public health. 2022 Jul 6;10:900979.

5.Lin CC, Chiu CC, Lee PY, Chen KJ, He CX, Hsu SK, Cheng KC. The adverse effects of air pollution on the eye: a review. Int J Environ Res Public Health. 2022;19(3):1186. doi: 10.3390/ijerph19031186

6.Alryalat SA, Toubasi AA, Patnaik JL, Kahook MY. The impact of air pollution and climate change on eye health: a global review. Reviews on environmental health. 2022 Dec 29(0).