Dados do Trabalho

Título

ATUALIZAÇAO SOBRE CONJUNTIVITE NEONATAL BACTERIANA: UMA REVISAO SISTEMATICA

Resumo

Introdução: A conjuntivite neonatal bacteriana, ou oftalmia neonatal, é caracterizada por edema, eritema e secreção purulenta em recém-nascidos, cuja ocorrência é de 1,6 a 12% do total, de maneira global. Contrai-se pelo contato com secreções maternas durante o parto, principalmente pela via vaginal, embora existam casos em partos cesáreos pelo prolongamento da rotura de membranas. Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, Staphylococcus aureus e algumas bactérias gram-negativas são os patógenos mais prevalentes. Entre os fatores de risco, além da aspiração meconial e sepse materna, destaca-se a obstrução do ducto lacrimal, pois a má formação congênita e a estase lacrimal geram condições para o crescimento bacteriano.(1,2) As complicações estão relacionadas à córnea, como úlceras e perfurações, contudo, também podem evoluir de forma grave, com cegueira permanente. Tendo em vista a considerável incidência e a potencial gravidade da conjuntivite neonatal bacteriana, esse estudo busca revisar as medidas profiláticas mais atualizadas. Revisão sistemática com metodologia: Para a revisão de literatura sobre o assunto, foram utilizados os indexadores PubMed, BVSalud e SciELO. Os descritores utilizados foram “newborn”, “conjunctivitis” e “chlamydia” para os artigos dos últimos cinco anos, em inglês, português, espanhol e francês. Foram excluídos artigos de revisão, meta-análises, relatos de caso e comentários. Dessa forma, foram encontrados 24 artigos no PubMed, 2 no BVSalud e 0 no SciELO. Selecionaram-se os que apresentavam a palavra-chave “Ophtalmia Neonatorum” no título, de modo que os artigos escolhidos somam-se em 6 após a aplicação de todos os filtros: 5 artigos no PubMed, 1 artigo no BVSalud e 0 no SciELO. À análise dos artigos, observou-se que os principais medicamentos empregados na profilaxia da conjuntivite neonatal bacteriana são o colírio com povidona 2,5% e a pomada de eritromicina 1%. Outras alternativas são a pomada de tetraciclina 1% e o colírio de nitrato de prata 1%, sendo o último utilizado apenas na ausência das outras opções, haja vista a sua toxicidade.(3,4,5) Caso ocorra a infecção, o tratamento deverá se adequar ao patógeno em questão, mas deve ser iniciado empiricamente até o resultado da cultura.(6) Conclusão: Conclui-se que a importância da conjuntivite neonatal bacteriana é referente à relevante epidemiologia e às graves consequências. Logo, a atualização de medidas profiláticas tem papel primordial na prevenção de novos casos.

Referências Bibliográficas

1. Tang X-J, He J-T, Liu Q, Chen X-K, Chen L. Severe ophthalmia neonatorum in Southwest China: a 5- year review of demographics, microbiological results, and risk factors. Int Ophthalmol. 2021;42:2185–93.

2. Msukwa G, Batumba N, Drucker M, Menezes L, Ranjit R. Maternal and neonatal risk factors associated with vertical transmission of ophthalmia neonatorum in neonates receiving health care in Blantyre, Malawi. Middle East Afr J Ophthalmol. 2014 Jul-Sep;21(3):240-3. doi: 10.4103/0974-9233.134684. PMID: 25100909; PMCID: PMC4123277.

3. Duarte FCP, Góes FGB, de Moraes JRMM, Laura Johanson da Silva LF da S. Conhecimento e prática de profissionais de enfermagem sobre profilaxia da oftalmia neonatal. ean [Internet]. 2019;23(1).

4. Mondì V, Tzialla C, Aversa S, Merazzi D, Martinelli S, Araimo G, et al. Antibiotic prophylaxis for ophthalmia neonatorum in Italy: results from a national survey and the Italian intersociety new position statements. . Italian Journal of Pediatrics. 2023;49:117.

5. Rowlands Snyder EC, McGregor E, Coyle. D. Universal ophthalmia neonatorum prophylaxis in Ontario: a cost-effectiveness analysis. CMAJ. 2023;11(1):e33.

6. Gildea D, Goetz R, Drew R, Chamney S. Ophthalmia neonatorum in a tertiary referral children’s hospital: A retrospective study. European Journal of Ophthalmology. 2022;32(1):587–91.