Dados do Trabalho
Título
HEMORRAGIA FOVEAL APOS QUADRO GRAVE DE DENGUE HEMORRAGICA
Resumo
Objetivo
Relatar o acometimento macular, considerado como sendo uma manifestação ocular pouco comum de dengue hemorrágica e sua boa resposta ao tratamento com terapia de injeção intravítrea com medicação antiangiogênica
Relato do Caso
N.J.C, sexo masculino,58 anos queixa de BAV progressiva em OD, após período de internação com passagem em CTI devido a quadro grave de dengue hemorrágica. Ao exame oftalmológico evidenciado AVcc 20/200 e 20/20.A fundoscopia hemorragia foveal em camadas mais externas da retina. Foi empregado tratamento com injeção de medicação antiangiogenica e em seguimento após três meses identificado melhora expressiva da acuidade visual
Discussão do caso
A dengue é uma doença que apresenta grande relevância em termos epidemiológicos no Brasil e pode cursar com inúmeras manifestações oculares. Acometimento pode ser unilateral ou bilateral, O início dos sintomas oculares varia entre 2 dias e 5 meses do início do quadro febril, mas os mais graves costumam ter início no dia seguinte ao nadir de plaquetopenia (Aproximadamente 7 dias após o inicio da febre). A maculopatia embora seja uma manifestação pouco frequente da dengue é a alteração ocular associada a dengue mais estudada, sendo o edema macular e a hemorragia macular as alterações mais encontradas. Uma tríade de fotopsia, moscas volantes e visão turva tem grande valor preditivo positivo para a presença de hemorragias retinianas que podem ou não afetar a mácula. Há pontos na literatura que sugerem uma associação entre a incidência de maculopatia e a gravidade da doença sistêmica como observado no caso apresentado (caso grave de dengue hemorrágica). Embora alguns estudos relatem alguns casos com melhora espontânea das manifestações oculares associadas a dengue, tendo-se em vista o acometimento macular do caso relatado, optou-se por tratamento com terapia antiangiogênica, obtendo-se boa resposta.
Conclusão
Levando-se em consideração a epidemiologia da dengue e sua relevância em termos médicos os oftalmologistas devem ter o conhecimento necessário para avaliação do exame oftalmológico e consequente diagnostico e tratamento dos pacientes com manifestações oculares da dengue. Em manifestações pouco comuns é necessário a avaliação quanto a risco benefício do tratamento. Nesse contexto, características como o ponto anatômico de acometimento ocular, idade e comorbidades do paciente, além do custo benefício do tratamento devem ser avaliados para tomada de decisão.
Referências Bibliográficas
Referencias
(1) Aaron W.Ng, MBBS ,Stephen C.cTeoh, FrCSED, FAMS Dengue eye disease. Elsevier Survey Ophthalmol.XXX 2014 Mar-Apr;60(2):106-14. .Elsevier.Survey of Ophthalmology xxx 1 e 9
(2) Teoh SC, Chee CK, Laude A, et al. Optical coherence tomography patterns as predictors of visual outcome in dengue-related maculopathy. Retina. 2010; 30:390e8
(3) Stephen J Thomas, MD Alan L Rothman, MD Anon Srikiatkhachorn, MD Siripen Kalayanarooj,MD; Dengue vírus infection: Clinical manifestations and diagnosis .Disponível em: https://www.uptodate.com
(4) Tan, C., Teoh, S., Chan, D. et al. Retinopatia da dengue manifestando-se com vasculite bilateral e edema macular. 875–877 (2007). Disponivel em https://doi.org/10.1038/sj.eye.6702748
(5) Aragão Marrocos R.E,Barreira Alexandre M I ,et al. Bilateral optic neuritis after dengue viral infection: case report.2010;Arq.Bras.Oftalmologia73(2)
(6) Amorim Garcia, C., Gomes, A. & de Oliveira, Neurorretinite estelar bilateral em paciente com dengue. 1382–1383 (2006). Disponivel em :https://doi.org/10.1038/sj.eye.6702219
Área
RETINA (trabalhos)
Categoria
Oral
Instituições
IPSEMG - Minas Gerais - Brasil
Autores
GESSICA ANTONIA FERNANDES, MATHEUS MARTINS DE ANDRADE, GUSTAVO AUGUSTO FUSCALDI DOS SANTOS, GUSTAVO AUGUSTO FUSCALDI DOS SANTOS