Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

USO DE IMPLANTE INTRAVITREO DE DEXAMETASONA ASSOCIADO OU NAO A TERAPIA ANTIVASCULAR COM FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL NO EDEMA MACULAR DIABETICO: EFICACIA E SEGURANÇA

Resumo

Introdução: O edema macular diabético (EMD) é caracterizado por exsudação na mácula e danos na microvasculatura retiniana.1,2,3,4 Estima-se que 30% dos pacientes diabéticos irão desenvolver EMD ao longo do curso clínico da doença.2,4,5 Atualmente, a terapia anti-VEGF é primeira linha para o EMD, porém o implante intravítreo de dexametasona (Ozurdex) tem mostrado potenciais benefícios, conforme o estudo MEAD.6 Revisão sistematizada: Buscou-se no PubMed, Cochrane e Embase os descritores “Diabetic Macular Edema”; “Therapy”; “Diabetic Retinopathy”, com o objetivo de avaliar a eficácia e segurança do Ozurdex comparado à injeção de anti-VEGF e à terapia dupla no EMD. Foram selecionados 445 estudos dos últimos 5 anos, triados na plataforma Rayyan pelo título (n=12), resumo e leitura completa (n=5). No estudo de Mishra et al., pacientes tratados com Ozurdex (n=70) não apresentaram melhora significativa na acuidade visual melhor corrigida (BCVA) em comparação com os tratados com Ranibizumab (n=70) em 4 meses, resultado similar ao estudo CiDME, que comparou 20 olhos em cada terapia por 3 meses (p=0,27).5,7 No entanto, ambos os estudos comprovaram que houve diferença significativa na redução da espessura foveal central média (CFT) no grupo de Ozurdex em relação ao grupo de anti-VEGF (p<0,0001 e p=0.02, respectivamente).5,7 No ensaio BEVORDEX, a proporção de melhora no BCVA após 2 anos foi similar entre pacientes tratados com Ozurdex (n=46) e anti-VEGF (n=42) (p=0.38), porém o primeiro grupo teve significativamente menos tratamentos durante o período de 5 anos (p<0.05).8 O estudo INVICTUS demonstrou que o uso de Ozurdex (n=21) reduziu o número de injeções intravítreas após 12 meses (p<0,0001) em comparação com Ranibizumab (n=19) e Aflibercept (n=20).9 No ensaio de Kaya et al. pacientes em terapia dupla (34 olhos) obtiveram melhora de BCVA (p<0,001) e redução significativa da CFT (p=0,001) após 12 meses, em comparação com o uso isolado de Ranibizumabe (34 olhos), o que difere do Protocolo U, no qual não foi observada melhora da BCVA em 6 meses.10,11 Os efeitos adversos do tratamento com Ozurdex foram aumento da pressão intraocular (IOP) e catarata.5,7,9,10 Conclusão: O uso de Ozurdex para tratamento de EMD, em monoterapia ou terapia dupla, apresentou eficácia na redução da CFT em relação ao anti-VEGF isolado. Apesar dos efeitos colaterais locais, o Ozurdex demonstrou segurança e redução na necessidade de injeções, o que pode favorecer a adesão ao tratamento do EMD.

Referências Bibliográficas

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Área

RETINA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

LARISSA LUPPI MONTEIRO DE BARROS, JOICE RODRIGUES RACHID AMIN, WELTON GOMES DE PAULA, GIOVANNA MIRELA MELO GUIMARÃES, LUCAS ASSIS COSTA