Dados do Trabalho

Título

LESOES POR POMADAS MODELADORAS EM UM HOSPITAL MUNICIPAL DE URGENCIAS NO RIO DE JANEIRO

Resumo

INTRODUÇÃO: O uso de pomadas modeladoras de cabelo se tornou um hábito frequente nas grandes cidades do Brasil, sobretudo em regiões com maior número de festas públicas. Apesar do uso frequente, há pouco conhecimento da população acerca dos riscos. A interação da pomada com soluções aquosas, como suor ou piscina, pode desencadear um quadro de toxicidade sobre a córnea, gerando riscos à visão. OBJETIVO: Ressaltar a importância dos casos de lesão ocular devido ao uso de pomadas modeladoras, visto a implicação na vida dos consumidores, nos serviços de emergências e na epidemiologia da região. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão de casos do Hospital Municipal Souza Aguiar, realizada através da busca de prontuários e atendimentos feitos pela equipe. RESULTADOS: A incidência dos casos iniciou ao final de 2022, havendo subnotificação devido ao intervalo de tempo necessário para a orientação por órgãos de regulação quanto a notificação obrigatória e formalização da diretriz. Os pacientes eram predominantemente do sexo feminino, com idades entre 4 e 65 anos, sendo a maioria adolescentes e jovens adultas. Os sintomas relatados foram dor, ardência, fotofobia e lacrimejamento, resultando em cegueira temporária. A principal lesão foi a ceratite e, em casos graves, abrasão da córnea. Uma das pacientes atendidas necessitou de hospitalização devido ao atraso em buscar assistência e negligência no cuidado, resultando na evolução para infecção bacteriana secundária, úlcera bilateral de córnea e melting. O tratamento dos casos leves compreendeu o uso de lentes de contato terapêuticas, lubrificantes e reepitelizantes, sendo o uso de doxiciclina via oral recomendado em complicações. CONCLUSÃO: Os resultados revelam alta incidência de lesões oculares relacionadas ao uso das pomadas, que representam um risco à saúde, destacando a urgência da conscientização pública sobre os perigos do produto e o impacto significativo nos serviços de emergência, reafirmando a necessidade de alertar autoridades competentes. É essencial que profissionais da saúde estejam alertas para diagnosticar e tratar tais lesões relacionadas ao produto.

Referências Bibliográficas

REFERÊNCIAS:
Noia, L.D.C.; Araújo, A.H.D.; Moraes, N.S. Queimaduras oculares químicas: epidemiologia e terapêutica. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v.63, p.369-373, 2000.
Oliveira, A.G.; Oliveira, G.B.; Nogueira, G.; Santos, M.F.E.D. Emergência oftalmológica: Abordagem da queimadura ocular química. In: Freitas, G.B.L. Trauma e Emergência. Irati: Pasteur, 2020.