Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

MEMBRANA NEOVASCULAR COROIDAL MIÓPICA MIMETIZANDO MELANOMA DE CORÓIDE: RELATO DE CASO (RARO)

Resumo

INTRODUÇÃO
A membrana neovascular coroidal miópica (CNV) é definida pela presença de neovasos que se estendem da coroide até a retina, pode gerar perda da acuidade visual (AV) súbita e grave ao atingir a fóvea. O mecanismo é associado ao estresse mecânico de alongamento ocular e a consequente alteração vascular. O perfil genético; o trauma ocular e a miopia são fatores de risco.1 O objetivo desse estudo foi relatar a ocorrência da CNV miópica, a fim de aprofundar o conhecimento acerca dessa doença.
DESCRIÇÃO DO RELATO DE CASO
J.F.L, masculino, 88 anos, CA de próstata há 20 anos, encaminhado à oftalmologia com suspeita de melanoma em OE. Ao exame AV em OD de 20/400 e no OE visão de vultos. A biomicroscopia de ambos os olhos (AO) apresentava pseudofacia em bom aspecto. PIO de 12 mmHg em AO (em uso de maleato de timolol+latanoprosta). Fundoscopia OD: escavação subtotal (ES), atrofia peripapilar (AP), miopia degenerativa; OE: ES, AP, lesão temporal inferior com hemorragia perilesional (Imagem 1 A). Autofluorescência do OE observou-se lesão hipoautofluorescente com halo hiperautofluorescente (Imagem 1 B). A ecografia indicou lesão de refletividade heterogênea com ângulo kappa, podendo sugerir melanoma (Imagem 2). Paciente iniciou terapia com ANTI-VEGF e, retornou após 2 meses e percebeu-se diminuição da lesão e hemorragia absorvida (Imagem 3). Após a documentação com ecografia (Imagem 4), angiografia (Imagem 5) e OCT(Imagem 6), concluiu-se que se tratava de CNV miópica.
DISCUSSÃO
Diante do quadro clínico exposto, as lesões pigmentadas em área retiniana podem representar várias patologias, como o Melanoma de Coroide (MC), o qual faz diagnóstico diferencial com CNV miópica e Coroidite Multifocal, tendo em vista os achados clínicos semelhantes nessas patologias. Contudo, no caso em questão existem sinais característicos como a hipo-hiperfluorescência circunscrita sem vazamentos e, a atrofia peripapilar pode ser um fato secundário à hipoperfusão coroidal, esses achados podem ser pouco recorrentes no MC, o qual apresenta uma lesão hiperautofluorescente. Além disso, após a terapia com ANTI-VEGF (Antiangiogênicos) houve a regressão da lesão em região peripapilar e isso confirma o diagnóstico de CNV miópica, pois segundo a literatura, não há registros de regressão de lesão melanocítica com o uso de ANTI-VEGF.2
CONCLUSÃO
Os ANTI-VEGF são eficientes para o quadro. A avaliação multimodal com exames de imagem em retina é fundamental para fins diagnósticos e terapêuticos.

Referências Bibliográficas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1-Dong L, Li G, Song Z, Cheng X, Bai J, Zhang C. Comparison of antivascular endothelial growth factor treatment for myopia choroidal neovascularisation: a systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ Open. Jul 2023;13(7):e067921.

2-Rico S, Rotenstreich Y, Lavinksy F, Lavinksy D, Sher I. Optical coherence tomography Angio-B mode for early detection of myopic choroidal neovascularization and treatment with Bevacizumab. Am J Ophthalmol Case Rep. Mar 2024:102041.

Área

RETINA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - Pará - Brasil

Autores

JOAO VICTOR DE PAULA CUNHA, LETICIA RIBEIRO DOS SANTOS, LUCAS DIAS SILVA, AMANDA BEATRIZ PINHEIRO, CECILIA RIBEIRO GUERRA, IZABELA N. F ALMEIDA, THAIS SOUSA MENDES