Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

AFILAMENTO ESCLERAL SECUNDARIO A EXERESE DE PTERIGIO: RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO: O afilamento escleral secundário a exérese de pterígio refere-se a uma condição na qual a esclera torna-se mais fina devido à retirada de um pterígio. Assim, quando ele é retirado, pode afetar não apenas a córnea, mas também a esclera subjacente, causando afilamento. Esse afilamento pode ser preocupante, pois pode levar a complicações, como o enfraquecimento da estrutura do olho e até mesmo a ruptura da esclera em casos graves. DESCRIÇÃO DO CASO: V.L.C.O., sexo feminino, 80 anos, sem comorbidades, encaminada pelo departamento de córnea para avaliação de afilamento de esclera nasal em região de exérese de pterigio, em olho esquerdo (OE). Há 4 anos apresentou quadro grave de Herpes Zoster em olho direito (OD) e como complicação desenvolveu ceratopatia bolhosa. Fundoscopia inviável em OD e sem alterações em OE. Refração inviável em OD e +1,50 -2,25 x 75° em OE. Acuidade visual em OD de percepção luminosa e 20/30 em OE. Biomicroscopia em OD evidenciou ceratopatia bolhosa com edema corneano importante. Em OE, córnea e segmento anterior sem alterações, LIO tópica e afilamento escleral. Tonometria de aplanação inviável em OD e 08 mmHg em OE. Foi proposto transplante de córnea para OD e recobrimento da área de esclera afilada com retalho tarsoconjuntival, para o OE. DISCUSSÃO: No caso em análise, optou-se por um procedimento cirúrgico envolvendo autotransplante de retalho tarsoconjuntival. O enxerto foi retirado da pálpebra superior. Um enxerto de tarso e conjuntiva de tamanho apropriado foi cuidadosamente dissecado e depois suturado, com vycril 7.0, sobre a área de afinamento escleral. O procedimento transcorreu sem intercorrências. O autotransplante foi preferido em detrimento de outras abordagens, como o enxerto de esclera de doador, principalmente devido ao menor risco de rejeição, um ponto crucial para preservar a acuidade visual no OE. Três dias após cirurgia, observou-se o autotransplante bem posicionado e vascularizado. A córnea manteve-se íntegra, com superfície plana e livre de Dellen. A pálpebra superior, onde o retalho foi retirado, apresentava bom aspecto. CONCLUSÃO: Diante deste caso, sugere-se o autotransplante de retalho tarsoconjuntival como uma alternativa viável para preservar a acuidade visual do OE, demonstrando resultados positivos. É essencial um acompanhamento rigoroso e a participação ativa dos profissionais de saúde envolvidos para garantir o melhor desfecho possível.

Referências Bibliográficas

1. Moura E da M, Volpini M, Moura GAG. Tratamento da úlcera escleral pós-cirurgia de pterígio e betaterapia por enxerto de esclera autóloga de espessura parcial. Rev brasoftalmol [Internet]. 2012May;71(3):155–9. Available from: https://doi.org/10.1590/S0034-72802012000300003

2. Dana Sultan, Othman Alnema, Mohamad Nour Sultan, Nadim Zahlouk, Ammar Kayyali, A case of resistant scleral thinning following uneventful pterygium surgery: A case report and a literature review, International Journal of Surgery Case Reports, Volume 95, 2022, 107223, ISSN 2210-2612, https://doi.org/10.1016/j.ijscr.2022.107223.

Área

OCULOPLÁSTICA (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

HUGO GOMES ARAUJO, BRUNA AGUIAR VALLE, VALENTINA VALLIM COSTA DE CARVALHO, SANDRA CRISTINA VALLIM COSTA DE CARVALHO