Dados do Trabalho
Título
CERATITE INFECCIOSA POR MORGANELLA MORGANII: RELATO DE CASO
Resumo
INTRODUÇÃO
As infecções corneanas resultam principalmente em falha no mecanismo de defesa que mantém a integridade da superfície ocular. A maioria dos patógenos não consegue penetrar o epitélio corneano intacto. Neste relato, demonstraremos um caso em que a barreira foi quebrada, pelo excesso de corticoides tópicos e modificações na superfície ocular. Morganella morganii é um bacilo gram negativo que pertence à família das enterobactérias. Esta espécie é uma causa rara de infecções oculares, como endoftalmite, abscesso orbitário e ceratite infecciosa.
OBJETIVO
Relatar um caso de ceratite corneana por germe atípico.
CASO CLÍNICO
Paciente C.L.D.C procura o serviço devido à piora da acuidade visual, irritação e hiperemia em OE. Apresenta histórico de cirurgias no OE, há 10 anos, como: facectomia, fixação escleral sem sucesso e vitrectomia devido descolamento de retina. Manteve-se afácico e faz uso de lente de contato gelatinosa. Há 1 ano apresenta episódios recorrentes de irritação e hiperemia. Evoluiu com opacidade corneana 360 º, neovasos e injeção ciliar.
AVsc OE: conta dedos a 50 cm.
Biomicroscopia OE: Presença de edema corneano 3+, infiltrado estromal sugestivo de ceratite infecciosa.
Foi solicitado cultura e prescrito tratamento empírico para ceratite fúngica. Resultado de cultura: Crescimento significativo de Morganella morganii. Células epiteliais, leucócitos PMN e cocos gram positivos raros. Microscopia confocal com presença de células inflamatórias sugestivas de bactéria.
DISCUSSÃO
Morganella morganii é considerada um patógeno oportunista com altos níveis de resistência e virulência. Este organismo está relacionado aos gêneros Proteus e Providência. É sensível a aminoglicosídeos, piperacilina, cefalosporinas de 3º e 4º geração, carbapenêmicos e quinolonas. Foi iniciado tratamento com ceftazidima colírio, porém evoluiu com ceratopatia bolhosa e úlcera de córnea. Está na fila para transplante de córnea.
CONCLUSÃO
Neste caso, o uso inapropriado de corticoides tópicos e as alterações da superfície da córnea após diversas cirurgias podem ter levado à imunossupressão ocular, tornando a córnea vulnerável à infecção por patógeno oportunista. Esses fatores aumentam as chances de infecção poli microbiana e estimulam a penetração dos patógenos no estroma, resultando em úlceras de maior tamanho e gravidade. Descrevemos este caso para demonstrar a importância de fatores que podem causar imunossupressão e suas consequências, como a infecção por germes atípicos.
Referências Bibliográficas
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Área
CÓRNEA (trabalhos)
Categoria
Pôster Eletrônico
Instituições
Policlínica de Botafogo - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
RENATA MORETZ JANDRE, MARIA EDUARDA ALMEIDA RAMOS, BARBARA SOARES FURTADO, RODRIGO MORIZOT LEITE