Dados do Trabalho

Título

ESTUDO DE MELANOMA DE COROIDE DO SETOR DE ONCOLOGIA OCULAR DO HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Resumo

Introdução: Melanoma de coroide é tumor maligno primário intraocular mais comum em adultos. Embora raro, é uma causa comum de perda de visão e de morte no Brasil.
Objetivo: Avaliar prevalência e perfil clínico e epidemiológico dos pacientes portadores de melanoma de coroide do setor de Oncologia Ocular do Setor de Oftalmologia do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (HFSE-RJ), entre agosto de 2015 e agosto de 2023.
Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo e não intervencional, por meio de revisão de prontuário de pacientes com confirmação diagnóstica de melanoma de coroide. Todos foram submetidos ao exame oftalmológico completo. Foram coletados dados como: raça, sexo, idade ao diagnóstico, acuidade visual, localização tumoral, medidas ao ultrassom (altura e diâmetros basais anteroposterior e látero-lateral), tratamento empregado, confirmação histopatológica, presença de metástase e complicações ou não.
Resultados: Total de 237 pacientes foram atendidos, sendo 25 (10,54%) com confirmação de melanoma de coroide. A idade ao diagnóstico média foi 58,11 anos, com distribuição semelhante entre homens e mulheres. A maioria era raça parda. Em 100%, de forma unilateral e como lesão única. A acuidade visual variou entre 20/40 a percepção luminosa. O local mais comum de acometimento foi temporal. A altura média, obtida através da ultrassonografia, foi 8,8mm e o diâmetro basal, 12,97mm. O tratamento mais frequente foi enucleação (52%). A metástase hepática ocorreu em 2 casos. Houve 1 óbito (Tabela 1).
Conclusão: O Setor de Oncologia Ocular do HFSE-RJ é um dos centros de referência para tratamento de oncologia ocular no Brasil. Os casos confirmados de melanoma de coroide representam percentagem significativa dos acompanhamentos no Setor. Os resultados são condizentes com a literatura, em ressalva às particularidades da população e do sistema público de saúde brasileiro. A prevalência mais comum em indivíduos pardos é justificada pela miscigenação brasileira. A baixa acuidade visual e maior lesão tumoral encontrado na 1ª consulta indicam atraso no diagnóstico, refletindo baixo acesso da população aos cuidados de saúde ocular especializado. O tratamento mais empregado foi enucleação, devido ao alto custo da braquiterapia e à sua pouca disponibilidade. Por ser 1º trabalho que levanta dados do perfil clínico dos portadores de melanoma de coroide do Departamento, torna-se relevante para maior compreensão do tumor no contexto e realidade fluminense.

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