Congresso SBO 2024

Dados do Trabalho


Título

PERSISTENCIA DO VITREO PRIMARIO HIPERPLASICO: DIAGNOSTICO TARDIO REALIZADO NO SETOR DE URGENCIAS OFTALMOLOGICAS DO HOSPITAL DAS CLINICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS/HOSPITAL SAO GERALDO

Resumo

A persistência do vítreo primário hiperplásico (PVPH) é uma anomalia congênita esporádica e unilateral na maioria dos casos. É secundaria à regressão incompleta do sistema vascular fetal, ocasionando na formação de tecido fibrovascular retrolental ou posterior. É a segunda causa mais comum de catarata em crianças. A maior parte dos casos é diagnosticada ao nascer, pela presença de leucocoria, geralmente em um olho microftálmico. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma criança diagnosticada com persistência do vítreo primário hiperplásico com diagnóstico tardio. Paciente masculino, 5 anos de idade, comparece acompanhado de sua mãe que relatou mancha acinzentada em olho esquerdo (OE) do filho, que se intensificava no período noturno, percebida há 14 dias. Não relatou comorbidades e não havia avaliação oftalmológica prévia. O exame oftalmológico evidenciou em olho direito (OD) acuidade visual de 20/20 sem correção, e no OE conta dedos a 40 centímetros. Apresentava pupilas isocóricas e fotorreagentes. Na biomicroscopia anterior foi evidenciado presença de membrana fibrovascular retrolental brancacenta, inviabilizando avaliação do segmento posterior em OE. Ultrassonografia ocular modo B no OD: diâmetro axial de 22.96 mm; OE com diâmetro axial de 21.31 mm e achados compatíveis com diagnóstico de PVPH com provável fluxo sanguíneo da artéria hialoide associado a descolamento de retina tracional em tenda em todo o polo posterior. Considerando-se o extenso acometimento do segmento posterior e pouca possibilidade de recuperação visual com o tratamento cirúrgico, foi optado por conduta conservadora e a criança foi encaminhada à oftalmopediatria. O diagnóstico mais precocemente possível da PVPH guarda relação com melhor prognóstico visual. Casos como o relatado evidenciam a desigualdade social como fator de dificuldade de acesso ao atendimento oftalmológico, contribuindo para menores chances de reabilitação visual. É de extrema importância a capacitação dos profissionais médicos oftalmologistas e pediatras na realização do teste do olhinho, exame que possibilita o diagnóstico precoce de doenças oculares congênitas tais como a PVPH.

Referências Bibliográficas

1. Kanski JJ. Clinical ophthalmology. 3rd ed. London; Boston: Butterworths; 2000. p. 225.
2. Spitznas M, Koch F, Pohl S. Ultrastructural pathology of anterior persistent hyperplastic primary vitreous. Graefes Arch Clin Exp Ophthalmol. 1990; 228(5): 487-96. Comment in: Graefes Arch Clin Exp Ophthalmol. 1991; 229(3):297.
3. LI, Li et al. Surgical treatment and visual outcomes of cataract with persistent hyperplastic primary vitreous. International Journal of Ophthalmology, v. 10, n. 3, p. 391, 2017.
4. SOUSA VMXF, SOUSA GS. Persistência de vítreo primário hiperplásico posterior. Revista Brasileira de Oftalmologia, v. 66, n. 4, p. 271-273, 2007.

Área

GERAL (trabalhos)

Categoria

Pôster Eletrônico

Instituições

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS / HOSPITAL SÃO GERALDO - Minas Gerais - Brasil

Autores

Paulo Victor Innocencio Povoa de Castro, CLARA ANDRADE COSTA, GUILHERME FRANCISCO SANTOS VALENTIM, JOÃO VITOR FRINHANI VALADÃO, JOÃO PEDRO INNOCENCIO DE CASTRO, CECÍLIA ANDRADE COSTA, ANA CRISTINA COTTA QUEIROZ