Dados do Trabalho

Título

EFICACIA DA IMUNOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DERMATOCERATOCONJUNTIVITE ATOPICA GRAVE: UM RELATO DE CASO

Resumo

Paciente masculino, 25 anos, apresentou-se com hiperemia ocular, epífora e fotofobia bilateral. Histórico de uma década de irritação ocular sem diagnóstico, com uso inconsistente de lubrificantes, corticoides tópicos oculares e dermatológicos sem acompanhamento médico regular. À apresentação, estava sem uso recente de medicamentos e notou piora significativa dos sintomas. O exame oftalmológico revelou acuidade visual diminuída para 20/400 e 20/80, hiperemia conjuntival e conjuntivalização corneana periférica total, além de neovascularização e leucomas paracentrais no olho direito. Iniciou-se terapia com Prednisona tópica, Cetotifeno e Hialuronato de sódio e solicitou-se prick test. Após um mês de tratamento, observou-se melhora parcial, e Tacrolimus 0,03% foi associado. Apesar disso, o paciente sofreu agravamento dos sintomas no mês seguinte, com piora da inflamação e dos pontos de Horner-Trantas, corroborado pelo teste cutâneo positivo para alérgenos comuns. Assim, implementou-se Alcaftadina tópica e iniciou-se redução gradual da Prednisona, com continuação do Tacrolimus e associação de imunoterapia subcutânea específica para alérgenos respiratórios. Em 2 meses, houve melhora significativa da inflamação ocular, com redução do pannus corneano e da conjuntivalização. A terapia combinada com imunoterapia, Alcaftadina, Tacrolimus e lubrificação sem conservantes foi mantida. Paciente segue em acompanhamento para manejo da doença de base e avaliação prospectiva de intervenção cirúrgica, incluindo transplante de córnea.
Discussão e Conclusão: A dermatoceratoconjuntivite atópica é definida como lesão inflamatória crônica que acomete portadores de dermatite atópica, e representa um desafio diagnóstico e terapêutico significativo devido à sua natureza crônica e potencial para comprometimento visual severo. Diferentes tipos de alérgenos podem estar envolvidos no desenvolvimento do quadro, e a sua identificação e tratamento direcionado são fundamentais para melhor resposta clínica. A imunoterapia tem como alvo induzir tolerância imunológica no paciente à esses alérgenos, de forma a reduzir a reação de hipersensibilidade. Dessa forma, esse tratamento pode ser de grande valia, pois atua no início da cascata imunológica que desencadeia a doença, como no caso em questão. Assim, foi possível evidenciar o impacto da imunoterapia no desfecho clínico do paciente, sendo fundamental para a resposta obtida, com melhora do quadro de atopia ocular e da qualidade de vida.

Referências Bibliográficas

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