Dados do Trabalho

Título

ERROS DE MEDIDA DO PENTACAM® EM CORNEAS COM CERATOCONE

Resumo

Objetivo: Não existem na literatura critérios bem estabelecidos sobre o que é a progressão do ceratocone. Nossa hipótese é de que os valores utilizados como indicadores de progressão correspondem à variação dos erros de medida do aparelho. Portanto foi realizado um estudo transversal, observacional e clínico para quantificar os erros de medida de 11 parâmetros do Pentacam®.

Método: Foram selecionados 357 pacientes com ceratocone com idade entre 12 a 25 anos. Nenhum paciente possuía outra alteração ocular ou tratamento, à exceção de óculos. Foram excluídos os casos em que o índice de confiabilidade das medidas tomográficas foi baixo em pelo menos um dos olhos. Cada olho foi medido duas vezes, separado por intervalo variando entre 10 a 20 minutos, com a finalidade de obrigar o reposicionamento no paciente no instrumento, a cada repetição de medida.
O erro de medida foi calculado pelo método Bland-Altman e expresso pelo coeficiente de repetibilidade (CR), erro padrão do CR e intervalo de confiança de 95% do CR. Os parâmetros medidos foram: paquimetria da córnea (ápice, centro pupilar, ponto mais fino), raio anterior da córnea (plano R1, curvo R2, médio Rm e mínimo Rmin), raio posterior da córnea (plano R1, curvo R2, médio Rm e mínimo Rmin).

Resultados: Ao utilizar o raio de curvatura, foi possível avaliar que os erros de medidas não variavam de acordo com a magnitude da curvatura. Os erros são maiores na superfície posterior que anterior e não houve diferença significativa entre os desvios padrões das três medidas paquimétricas da córnea (Barlett test, Prob > F = 0.5495)

Conclusão: Os erros de medida do Pentacam® compreendem 3 valores distintos para cada superfície da córnea, em respeito ao raio de curvatura, e um valor único para paquimetria. Para que uma variação da curvatura ou da paquimetria corneana seja considerada relevante, ela deve ser superior ao erro de medida do aparelho.