Jornada Paulista de Oftalmologia (UNICAMP)

Dados do Trabalho


Título

VITRECTOMIA VIA PARS PLANA ASSOCIADA A IMA PARA REMOÇAO DE CORPO ESTRANHO METALICO

Resumo

Introdução
O trauma ocular continua sendo a principal causa de cegueira e morbidade ocular, principalmente na população em idade produtiva. Quase metade de todas as lesões penetrantes do globo ocular são acompanhadas por corpo estranho intraocular, fato que pode levar ao aumento de morbidade . Essas lesões estão entre as principais causas de perdas visuais agudas e de longo prazo em crianças e adultos jovens.
Setenta e cinco a 90% de todos os corpos estranhos intraoculares são metálicos e 55 a 80% deles são magnéticos (CEIOM) e podem lesar a retina ou evoluir com endoftalmite.
Os progressos nas técnicas microcirúrgicas expandiram as opções para o manejo de casos complicados. Os ímãs têm desempenhado um papel importante na extração de CEIOM do segmento posterior associado a vitrectomia.
No entanto, os estudos falharam em demonstrar um melhor resultado visual com o uso dessa abordagem e analisamos essa abordagem no presente estudo.
Objetivo
Descrever o resultado a longo prazo de pacientes com corpos estranhos magnéticos intraoculares (CEIOM) submetidos a vitrectomia pars plana assistida por ímã (VVPPAI).
Método
Este foi um estudo descritivo que consistiu na revisão dos prontuários de 26 pacientes consecutivos com trauma ocular penetrante com presença de MIFB atendidos no Hospital Universitário de Ribeirão Preto no período de janeiro de 2007 a abril de 2013. Os dados cirúrgicos e clínicos desses pacientes foram analisados e comparados.
Dados demográficos e características do trauma, incluindo mecanismo de trauma, local de penetração, estruturas envolvidas, acuidade visual pré-operatória e acuidade visual final foram avaliados. Fatores adicionais avaliados foram tamanho e localização do corpo estranho, tempo de apresentação e evolução.
Todos os pacientes foram submetidos à vitrectomia pars plana associada a ímãs, conforme descrito abaixo:
A técnica cirúrgica consistiu em vitrectomia posterior pars plana 20G ou 23G com liberação do MIFB das aderências e remoção por esclerotomia ampliada no local de melhor acesso ao MIFB, com introdução do eletroímã (Desenvolvido por Ference Kuhn e distribuído por Geuder, Heidelberg, Alemanha ) extremidade e ativação para a captura do MIFB magnético. Após a remoção do MIFB, foi realizada vitrectomia padrão com uso de endolaser e gás ou óleo de silicone, dependendo da indicação.
Resultados
Todos os sujeitos eram do sexo masculino, sendo que a maioria (n = 21) havia sofrido trauma ocular penetrante no ambiente de trabalho. O trauma ocorreu em ambiente de lazer ou inespecífico em apenas 5 casos, sendo causado por anzol ou pedra.
O CEIOM foi removido com sucesso em todos os pacientes. O logaritmo mediano do ângulo mínimo de resolução da melhor acuidade visual corrigida foi de 1,0 na semana 48. A maior dimensão linear mediana do MIFB foi de 3,0 mm. Dezoito pacientes tiveram uma retina colada na visita final. Descolamento de retina foi a complicação mais comum, endoftalmite ocorreu em um caso e um olho evoluiu para phthisis bulbi.
Conclusão
A vitrectomia pars plana associada ao magneto parece ser uma boa alternativa cirúrgica para remoção do MIFB, embora fatores associados às características do trauma ocular continuem sendo importantes para a determinação do prognóstico visual.

Área

Retina

Autores

ENZO AUGUSTO MEDEIROS FULCO, RODRIGO JORGE