Jornada Paulista de Oftalmologia (UNICAMP)

Dados do Trabalho


Título

EFEITO DA DESCOMPRESSAO ORBITARIA NA MORFOLOGIA DA FENDA PALPEBRAL EM PACIENTES COM ORBITOPATIA DE GRAVES

Resumo

Introdução:A retração da pálpebra superior e a proptose são as manifestações mais comuns da orbitopatia de Graves (OG). A retração palpebral superior é tão prevalente que é considerada um dos principais critérios para o diagnóstico da doença. Essas manifestações causam alterações importantes na morfologia da fenda ocular, e os pacientes muitas vezes procuram atendimento com o objetivo de minimiza-las cirurgicamente.
Objetivos:Analisar quantitativamente as alterações que ocorrem na fenda palpebral em pacientes com orbitopatia de graves que foram submetidos a descompressão orbitária.
Métodos: Foi realizada uma análise transversal comparativa pareada do contorno palpebral, altura e ângulo do canto lateral da fenda a partir de fotografias clínicas obtidas antes e após descompressão orbitária As imagens digitais dos olhos operados já fazem parte do banco de dados do setor de Oculoplástica do HCFMRP. Para cada imagem monocular o plugin Bezier do software ImageJ foi usado para delinear o contorno palpebral superior e inferior. A conversão de pixel em milímetro foi realizada utilizando o diâmetro corneano de 11,7mm. A partir do plugin Bezier do software imageJ foram extraídas quatro coordenadas que determinam uma função paramétrica para cada pálpebra. Dessa forma é possível reproduzir o formato das pálpebras dos pacientes antes e após a descompressão orbitária . Foi traçada uma linha horizontal passando pelo centro da pupila . A partir desta linha mediana foram traçadas 9 linhas verticais (MPDs) até a pálpebra superior sendo que a linha central coincide com o pico do contorno palpebral. A partir desta linha central 4 linhas mediais e 4 linhas laterais foram desenhadas paralelamente com uma equidistância de 20% entre elas. Desta forma, é possível comparar o comprimento destas verticais no pré e pós operatório. Para comparação do ângulo do canto lateral foram usadas 3 coordenadas no mesmo programa, image j, para determinar a angulação lateral da fenda. O valor do ângulo obtido foi usado para realizar comparações pré e pós considerando-se a manutenção ou não do rebordo orbitário.
Resultados :Foram publicados 3 papers acerca das mudanças na morfologia palpebral em pacientes com orbitopatia de graves submetidos a descompressão orbitária. O primeiro versa sobre definição do flare lateral em pacientes com orbitopatia de graves de uma forma objetiva. Este paper está disponível no pubmed (DOI:10.1080/02713683.2021.1878541).Após essa definição objetiva do flare, publicamos um segundo paper (DOI: 10.1097/IOP.0000000000002093). Neste paper buscamos analisar quais mudanças ocorrem na morfologia da pálpebra superior em pacientes com OG submetidos a descompressão orbitária. Por fim, um terceiro paper foi aceito pela Ophthalmic Plast Reconstr Surg, entretanto ainda não está disponível no pubmed. Neste último comparamos a morfologia da fissura palpebral após descompressão lateral profunda com ou sem restauração de rebordo orbitário lateral.
conclusão: orbitopatia de graves produz alterações profundas na fenda palpebral que tem um impacto direto na vida dos pacientes. Os dados demonstraram que a redução da proptose não está diretamente relacionada com a redução da retração palpebral.Por fim, muito se discute a cerca do efeito da retirada do rebordo orbitário na morfologia do canto lateral. Os dados apontaram que as alterações sofridas pela fenda palpebral independem da presença ou ausência de rebordo orbitário.

Área

Órbita

Autores

Bruna Sâmara Nogueira Equitério