Jornada Paulista de Oftalmologia (UNICAMP)

Dados do Trabalho


Título

TRIAGEM DE RETINOPATIA DA PREMATURIDADE COM CAMERA RETINIANA PORTATIL ACOPLADA A UM SMARTPHONE.

Resumo

INTRODUÇÃO: A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma doença vaso proliferativa multifatorial e uma das principais causas de cegueira infantil no mundo. O exame oftalmológico seriado, feito com oftalmoscópio binocular indireto (OBI), identifica a forma grave da doença, porém, exige profissionais treinados e pode causar estresse nos prematuros. As câmeras portáteis acopladas em smartphones são dispositivos recentes, acessíveis e de baixo custo, com potencial de serem utilizadas na prevenção da cegueira por ROP, especialmente em países em desenvolvimento. Alternativas viáveis para a triagem de ROP, especialmente em locais com poucos profissionais treinados, motivou este estudo, com objetivo de avaliar a efetividade da câmera retiniana portátil Eyer modificada, no rastreio da ROP e o seu potencial como ferramenta para tele oftalmologia. MÉTODOS: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB)-UNESP, com recém-nascidos pré-termos (RNPT) com idade gestacional ≤ 32 semanas e peso ao nascimento ≤ 1500 g, independente de gênero e raça, internados na UTI Neonatal do Hospital das Clínicas da FMB. Critérios de Exclusão: opacidade de meios ou doenças oftalmológicas que impeçam a classificação adequada da ROP. Cálculo amostral: 100 RNPT (200 olhos). Os RNPT estão sendo avaliados com OBI, e com a câmera portátil Eyer, (Phelcom Technologies®, São Carlos, SP, Brasil), modificada para facilitar o uso em recém-nascidos. Para que o exame seja reprodutível também por profissionais da saúde não oftalmologistas, não está sendo realizada a identação escleral durante o registro das imagens com a câmera Eyer. Um especialista em retina, mascarado para os resultados da oftalmoscopia, fará a avaliação das imagens quanto à qualidade da foto em: boa, média (com artefatos) e ruim (impossível classificar); e quanto à presença de ROP, utilizando a nova classificação internacional. Os dados serão submetidos à análise estatística para estabelecer o nível de equivalência entre os resultados da avaliação feita por OBI e pelas imagens captadas pela câmera portátil. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O estudo está em andamento. Até o momento foram incluídos 36 RNPT (72 olhos). Durante as avaliações, constatou-se que os RNPT apresentaram maior tranquilidade durante o exame com a câmera Eyer, em comparação com a oftalmoscopia com o OBI. Apesar de mais demorado, o exame com a câmera é mais confortável pela utilização de infravermelho para guiar o posicionamento da área da retina a ser registrada, ao invés da luz branca constante utilizada pelo OBI. Essa diferença permite obter imagens sem um auxiliar para estabilizar a cabeça do RN. A não utilização da identação escleral e o reflexo de Bell do RN, dificultam a obtenção de boas imagens do polo posterior em alguns olhos, aumentando o tempo do exame. Entretanto, a não identação torna o procedimento menos estressante para o RN, diminuindo a ocorrência de apneia e alterações de ritmo cardíaco durante o exame. CONCLUSÃO: Até o momento, os resultados demonstram que a câmera Eyer pode ser utilizada como ferramenta de triagem de ROP, inclusive por profissionais não médicos.

Área

Retina

Autores

VICTOR RIBEIRO DE SANT’ANA, ELIANE CHAVES JORGE