Dados do Trabalho

Título

NOVO PROTOCOLO DE CICLOFOTOCOAGULAÇAO TRANSESCLERAL EM ARCO DUPLO COM LASER CONTINUO: RESULTADOS DE EFICACIA E SEGURANÇA A CURTO PRAZO

Resumo

Introdução: A ciclofotocoagulação transescleral (CFC) vem sido cada vez mais utilizada no cenário atual para glaucomas refratários e como primeiro tratamento em casos selecionados.

Objetivos: Relatar os resultados de ecácia e segurança a curto prazo de um novo protocolo de aplicação de ciclofotocoagulação transescleral em arco duplo (CFC-AD) com laser contínuo, em pacientes com glaucoma refratário.

Métodos: Estudo retrospectivo multicêntrico (serviços privado e público). Foram selecionados pacientes consecutivos submetidos a CFC-AD, entre abril de 2019 a julho de 2022, com pelo menos 6 meses de acompanhamento pós-operatório. A técnica foi padronizada e comum à todos os casos (energia: 1400mW, 4s), sendo usado um total de 28 aplicações, divididos em duas leiras (arco duplo; superior e inferior), sendo sete aplicações na sombra do corpo ciliar e sete 1,5mm atrás, poupando-se 3 e 9 horas. Utilizou-se a transiluminação para a localização da sombra do corpo ciliar. Uso máximo de cada sonda: até 5 sessões. Sucesso foi denido como pressão intraocular (PIO) entre 6 e 18 mmHg, ou redução da PIO de 30% (sem acetazolamida oral). Para olhos sem visão tratados por olho cego doloroso, sucesso foi denido como redução da PIO de 30% e ausência de dor (sem acetazolamida oral).

Resultados: Foram incluídos 60 olhos de 60 pacientes (idade média: 61,5±15,8 anos). Pouco mais da metade dos casos (58,3%) foi atendido no sistema público. A maior parte dos pacientes apresentava visão pior que 20/100 (85%) e cerca de um quarto ausência de percepção luminosa (26,7%). A PIO média foi signicativamente reduzida de 35,2±10,22 para 18,2±10,36 mmHg após 6 meses de tratamento (p<0.01). Com 6 meses, 32 dos 44 olhos com potencial visual apresentaram sucesso cirúrgico (72,7%). Além disso, 11 dos 16 pacientes sem percepção luminosa atingiram o critério de sucesso pré-denido (68,8%). O número de colírios hipotensores variou de 2,8±0,8 para 2,4±1,18 colírios, após o laser (p=0,05). As principais complicações observadas foram: piora de acuidade visual >2 linhas (1,7%), edema macular (1,7%) e úlcera corneana (1,7%).

Conclusão: O novo protocolo de aplicação de CFC-AD se mostrou uma alternativa ecaz para o manejo do glaucoma refratário, apresentando redução pressórica signicativa e bom perl de segurança após 6 meses de tratamento. Esses resultados iniciais serão reavaliados a médio e longo prazo.

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