Dados do Trabalho
Título
NECROSE RETINIANA AGUDA POR HERPES VIRUS TIPO 2 PRESUMIDO: UM RELATO DE CASO E REVISAO DA LITERATURA
Resumo
Introdução:
A retinite herpética necrosante é uma rara síndrome compreendida em um espectro de infecções causadas pelos vírus da família Herpesviridae. Em imunocompetentes, os agentes implicados são os vírus varicela-zoster (VVZ) e herpes vírus simplex tipo 1 e 2 (HSV-1, HSV-2), enquanto o citomegalovírus (CMV) ocorre em imunossuprimidos (1,2). O VVZ e o HSV-1 acometem principalmente idosos e o HSV-2, jovens (2).
A síndrome de necrose retiniana aguda (NRA) é definida pelos critérios da American Uveitis Society: áreas focais e demarcadas de necrose retiniana periférica; progressão rápida e circunferencial da necrose; vasculopatia oclusiva; reação inflamatória em vítreo e na câmara anterior (3).
Relato de caso:
PENR, homem, 20 anos, queixa-se de sensação de corpo estranho, hiperemia e dor em ambos os olhos (AO) há um dia. Ao exame, acuidade visual com pinhole (AVPH) 20/30-2 e 20/20-2 em olho direito (OD) e esquerdo (OE); à biomicroscopia, injeção conjuntival, reação de câmara 4+ e dispersão de pigmentos AO. Mapeamento de retina: vitreíte em periferia em AO, lesões retinianas esbranquiçadas em mácula de OD e em periferia de AO, algumas confluentes, sem vasculite. OCT de mácula: lesões hiperreflexivas focais parafoveais em retina interna de AO. Sorologias para sífilis, HIV, hemoculturas e fatores autoimunes negativas. Iniciado tratamento empírico com aciclovir endovenoso e, após, ácido acetilsalicílico por surgimento de vasculopatia oclusiva em OE. Houve regressão total das lesões após 14 dias. Na avaliação para alta, havia rotura de retina em periferia temporal OE, realizando-se fotocoagulação para cercar a lesão. O paciente recebeu alta com AVPH 20/20 em AO e tratamento continuado com aciclovir oral 800mg, 5 vezes ao dia por 14 semanas.
Discussão:
O prognóstico visual em pacientes com NRA permanece obscuro e é definido principalmente pelo tempo diagnóstico e pelas complicações mais comuns: descolamento e rotura de retina (6). O tratamento antirretroviral endovenoso precoce pode reduzir a perda visual (7). Demais tratamentos, como fotocoagulação a laser profilática, injeções intravítreas de antivirais e corticoides orais são controversos e dependem da extensão e localização das lesões, e do acometimento de um ou ambos os olhos (4,6,7,8).
Conclusão:
A NRA permanece como uma síndrome capaz de gerar prognósticos visuais ruins, mesmo com tratamento adequado. Apesar da literatura escassa, pacientes com NRA podem se beneficiar do pronto diagnóstico e tratamento.
Referências Bibliográficas
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Área
UVEÍTES (Trabalhos)
Instituições
Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
Autores
CAIO RAMOS LAUAR, MARIA LUIZA BARROS FREITAS, CAROLINA CAVAGNOLI SCHWANTES, RICARDO AUGUSTO BARCELOS MACIEL