Dados do Trabalho

Título

SINDROME DOS MULTIPLOS PONTOS BRANCOS EVANESCENTES EM MULHER JOVEM: UM RELATO DE CASO

Resumo

Introdução:
A síndrome dos múltiplos pontos brancos evanescentes (MEWDS) é uma entidade rara, caracterizada por se manifestar como um distúrbio visual transitório e unilateral em mulheres jovens, principalmente entre a segunda e terceira décadas de vida.
Relato de caso:
A.F.N, sexo feminino, 29 anos, comparece a urgência oftalmológica queixando-se de fotopsia em olho esquerdo há duas semanas e surgimento de escotoma central em sua visão há um dia, sem outras queixas associadas. Nega comorbidades e história oftalmológica prévia. Ao exame, apresentava acuidade visual de 20/20 em olho direito e 20/50 em olho esquerdo. À biomicroscopia: olhos calmos, córneas transparentes, câmara anterior formada sem reação de câmara anterior e ausência de celularidade vítrea em ambos os olhos. Pressão intra-ocular de 10mmhg e 11mmhg, em olho direito e esquerdo, respectivamente. Mapeamento de retina em olho direito sem alterações e olho esquerdo apresentando vítreo claro, disco róseo e bem delimitado, presença de múltiplos pontos brancos localizados em polo posterior e média periferia, estendendo-se a extrema periferia em região nasal. Alterações em olho esquerdo também evidenciadas pela retinografia. Realizada Tomografia de Coerência Óptica, que em olho direito apresentava-se sem alterações e em olho esquerdo evidenciava discreta disrupção da camada de fotorreceptores em região subfoveal. Foram solicitados exames laboratoriais de rastreio para investigação, com resultados dentro da normalidade. Paciente segue em acompanhamento clínico oftalmológico, mantendo alterações evidenciadas em exames prévios, com acuidade visual recente em olho esquerdo de 20/40.
Discussão:
A apresentação clínica dessa síndrome pode incluir a redução aguda da acuidade visual, bem como a presença de fotopsias, escotomas e aumento da mancha cega. Em até 50% dos pacientes, o quadro pode ser precedido por uma síndrome gripal inespecífica. Os achados mais frequentes incluem a presença de múltiplos pequenos pontos brancos localizados principalmente em polo posterior e média periferia, bem como mácula granular. Vitreíte posterior leve pode estar presente em até 50% dos casos e a recorrência é de cerca de 10%.
Conclusão:
O diagnóstico dessa condição é clínico e deve ser feito diagnóstico diferencial com outras patologias coriorretinianas, como coroidites e doenças da retina externa. O quadro é geralmente autolimitado, com melhora espontânea em até sete semanas. Dessa forma, não há tratamento a ser instituído.

Referências Bibliográficas

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