Dados do Trabalho
Título
LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CELULAS B PRIMARIO DE SEIOS PARANASAIS COM INFILTRAÇAO EXTENSA DE ORBITA: UM RELATO DE CASO.
Resumo
Introdução:
Objetiva-se relatar o caso de Linfoma B difuso de grandes células, um subtipo de linfoma não Hodgkin (LNH), de manifestação incomum em órbita.
Relato de caso:
Feminino, 35 anos, previamente hígida, compareceu à urgência oftalmológica com queixa de lacrimejamento em olho esquerdo (OE) de longa data, associado à crescimento de tumoração em região nasal-maxilar à esquerda com dor local e hipoestesia gengival ipsilateral desde janeiro de 2023. Negava outros sintomas ou sinais sistêmicos. Referia diagnóstico de obstrução de via lacrimal à esquerda e história de sondagem de via lacrimal em março de 2022 além de tratamentos prévios com antibioticoterapia oral, sem melhora dos sintomas e realização de exames complementares como tomografia e dacriocistografia. Ao exame: acuidade visual: 20/20 e 20/25-2, motricidade ocular preservada em ambos os olhos (AO), reflexos pupilares direto e consensual preservados. Presença de lesão expansiva em região fronto glabelar, com extensão nasal e região periocular esquerda de consistência fibroelástica endurecida, com redução da fenda palpebral de OE. Biomicroscopia e fundoscopia: sem alterações. Pressão intraocular: 12 e 14. Realizado ressonância magnética que demonstrou lesão expansiva infiltrativa, de contornos irregulares e limites parcialmente definidos, centrada na região nasal anterior, causando destruição em septo nasal e ossos do nariz, bem como das células etmoidais anteriores. Observado também evolvimento com obliteração de ducto lacrimal esquerdo. Realizado biópsia incisional de lesão e encaminhado material ao anatomo patológico, que evidenciou neoplasia maligna pouco diferenciada, possivelmente metastática. Ao estudo imuno-histoquímico: linfoma B difuso de grandes células (SOE), com perfil fenotípico tipo não centro germinativo, expressão de MUMI e BCL6, elevado índice de proliferação celular. Paciente encaminhada à oncologia e hematologia para extensão da propedêutica.
Discussão:
Os linfomas dos seios paranasais são raros, com sintomas inespecíficos o que pode retardar o diagnóstico e comprometer o prognóstico. O diagnóstico de LNH é baseado em exame físico e exames de imagem, e a confirmação é feita através da histopatologia.
Conclusão:
Evidencia-se a importância do exame oftalmológico cuidadoso, propedêutica adequada visando um melhor prognóstico através do diagnóstico e tratamento precoces dos LNH, diagnóstico este de apresentação incomum em órbita.
Referências Bibliográficas
1. Silva C do P, Domingues MA, Schellini SA, Niero L. Linfoma não-Hodgkin de órbita: relato de caso. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. 2008 Apr;71(2):278–81.
2. Tinoco P, Pereira JCO, Ferreira FR, Carrara VL, Tinoco MB de O. B-cell non-Hodgkin lymphoma of the ethmoid sinus. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2013 Mar;79(2):259.
3. Chalastras T, Elefteriadou A, Giotakis J, Soulandikas K, Korres S, Ferekidis E, et al. Non-Hodgkin’s lymphoma of nasal cavity and paranasal sinuses: a clinicopathological and immunohistochemical study. Acta otorhinolaryngologica Italica. 2007;27(1):6-9. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2640014/
4. Neves MC, Marcus Miranda Lessa, Richard Louis Voegels, Ossamu Butugan. Primary Non-Hodgkin’s Lymphoma of the Frontal Sinus: Case Report and Review of the Literature. 2005 Jan 1;84(1):47–51.
Área
ORBITA E VIAS LACRIMAIS (Trabalhos)
Instituições
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE BELO HORIZONTE - Minas Gerais - Brasil
Autores
LAURA MORAES DA SILVA, ARTHUR OLIVEIRA RODRIGUES FRANGO, RAPHAEL COELHO SANTOS, ANA CLAUDIA GUERRA DUTRA DE RESENDE, BÁRBARA SALOMÃO DE ALMEIDA CUNHA