Dados do Trabalho

Título

CARCINOMA ESPINOCELULAR DE CONJUNTIVA (CEC) AO REDOR DA BOLHA DA TRABECULECTOMIA: RELATO DE CASO.

Resumo

Introdução: O carcinoma espinocelular de conjuntiva (CEC) é o tumor maligno mais comum da conjuntiva. O objetivo deste relato é apresentar um caso raro, onde o carcinoma envolve a bolha da trabeculectomia (TREC) de um paciente glaucomatoso. Descrição: Homem, 77 anos, hígido, portador de glaucoma em uso de dorzolamida e maleato de timolol. Submetido a cirurgia de catarata e TREC com mitomicina C (MMC) em ambos os olhos (AO). Compareceu para avaliação apresentando acuidade visual com correção de conta dedos a 3 metros no olho direito (OD) e 0.6 no olho esquerdo (OE). A biomicroscopia mostrou bolha conjuntival superior pouco formada, córnea íntegra, câmara anterior formada, lente tópica em AO; porém chamou a atenção a presença de uma lesão papilomatosa e sobre a bolha da TREC no OD, medindo 5.0 mm (horizontal) por 4.0 mm (vertical), e outra lesão elevada perilimbar temporal com vaso nutridor calibroso, medindo 1.6 mm (horizontal) por 1.8 mm (vertical). A fundoscopia mostrava dano glaucomatoso em AO, pior no OD, e a pressão intraocular era 14 mmHg em AO. Foi realizada uma biópsia incisional da lesão próxima a bolha da TREC e uma biópsia excisional com margens amplas da lesão perilimbar. O resultado confirmou a suspeita de carcinoma in situ da mucosa conjuntival e foi indicado o tratamento com Interferon. Discussão: O CEC possui baixo grau de malignidade e raramente leva à metástase. Crioterapia, radiação e quimioterápicos são empregados para reduzir a recidiva, como terapia primária ou adjuvante. A MMC ou 5-fluorouracil são tradicionalmente utilizados, porém podem provocar efeitos colaterais graves relacionados à superfície ocular. Já o interferon a-2b, devido ao seu modo de ação, é menos tóxico para a superfície ocular. Alguns estudos incentivam o seu uso como primeira linha, visto que é eficaz e seguro em comparação a outras modalidades de tratamento. Em pacientes com invasão ocular ou orbitária, a enucleação/exenteração são a indicação. Conclusão: Saber reconhecer as características clínicas clássicas e os fatores de risco do CEC é fundamental para o diagnóstico e tratamento precoces.

Referências Bibliográficas

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