Dados do Trabalho

Título

IMPACTANTE CASO DE EXTRUSAO ESPONTANEA DE CATARATA POR ULCERA DE CORNEA NEUROTROFICA

Resumo

INTRODUÇÃO: O presente trabalho objetiva relatar um caso de difícil manejo de úlcera corneana neurotrófica em um olho cego que evoluiu com um cenário impactante de extrusão espontânea da catarata pela córnea.

RELATO DE CASO: Feminino, 79 anos, desde 2019 sem percepção luminosa no olho direito (OD) devido a glaucoma neovascular após oclusão da artéria central da retina (OACR). Evoluiu com olho cego doloroso e fazia controle dos sintomas álgicos com colírios de atropina 1% e dexametasona 0,1%.
Comparece ao acompanhamento relatando piora da dor em Novembro de 2022, sendo observado à biomicroscopia úlcera corneana neurotrófica, além dos achados já presentes anteriormente (rubeosis iridis e catarata nuclear densa). Iniciado tratamento com moxifloxacino tópico e lente de contato terapêutica. Proposto, então, retorno em 2 semanas para avaliar indicação de evisceração pela equipe de oculoplástica.
Paciente perdeu seguimento e retornou após 2 meses devido a “nodulação dolorosa” no OD. Apresentava extrusão da catarata pela úlcera corneana central. Considerando o prognóstico visual e risco de endoftalmite, foi submetida no mesmo dia a evisceração com colocação de esfera de Muller.

DISCUSSÃO: A úlcera de córnea neurotrófica é uma complicação grave que traz desafios em seu manejo por sua natureza crônica e de difícil cicatrização. A falta de sensibilidade corneana diminui a resposta neurotrófica e a produção de fatores de crescimento necessários para a manutenção e regeneração adequada da córnea. Isso resulta em um desequilíbrio na cicatrização corneana, tornando o processo mais lento e suscetível a complicações, como no caso em questão. Portanto, a conscientização do paciente sobre a importância do seguimento regular e do cumprimento do tratamento prescrito é crucial para otimizar os resultados.

CONCLUSÃO: O caso dessa paciente ilustra uma complicação grave que decorreu de um olho cego. Apesar das medidas terapêuticas adotadas inicialmente, o acompanhamento inadequado da paciente combinado a presença de uma úlcera corneana neurotrófica possibilitaram a ocorrência da extrusão da catarata pela córnea em melting. O contexto exigiu uma intervenção cirúrgica imediata, sobretudo, para minimizar o risco de infecção da paciente. É fundamental destacar a importância do acompanhamento regular e do seguimento adequado em casos complexos como esse, a fim de prevenir complicações adicionais e buscar o tratamento mais adequado para cada situação clínica.

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