Dados do Trabalho
Título
NEVUS DE COROIDE COMPLICADO COM MEMBRANA NEOVASCULAR
Resumo
INTRODUÇÃO: Os nevus de coróide são tumores benignos que, embora raros, representam a maioria dos tumores benignos intraoculares. Estima-se que sua prevalência na população acima dos 40 anos seja de aproximadamente 51%. Os achados clínicos são variáveis e a transformação maligna é rara.
MÉTODOS | RELATO DE CASO: Trata-se de uma paciente do sexo feminino, 61 anos, com diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, encaminhada para avaliação de injeção intravítrea de antiangiogênico, por afecção diagnosticada inicialmente como oclusão de veia central da retina no olho direito (OD). Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual corrigida de 20/200 (OD) e 20/40 (OE), com cataratas nucleares 3+ em ambos os olhos. À fundoscopia, ressaltava no OD a seguinte alteração: lesão verde-enegracida, bem delimitada, próxima da arcada temporal superior, com drusas entremeadas e alteração de pigmento na região superior da fóvea. Na tomografia de coerência óptica (OCT) do OD foram evidenciadas alterações compatíveis com membrana neovascular (MNV) subretiniana e sob a mesma, notava-se uma área homogênea de limites precisos, sugestiva de nevus de coróide.
DISCUSSÃO: Frente a um paciente com alteração na fundoscopia sugestiva de nevus de coróide é necessário análise clínica e de exames complementares, visando investigação e realização do diagnóstico diferencial com o melanoma de coróide. O nevus costuma-se apresentar como um achado assintomático e possui baixas taxas de transformação maligna. O aspecto clínico em geral é de uma lesão arredondada, plana ou elevada, melanocítica ou não. Pode haver líquido intra e subretiniano, mas sem necessidade de tratamento específico. Entretanto, quando há formação de membranas neovasculares torna-se necessário tratamento com injeções intravítreas de antiangiogênicos, para diminuir o risco das complicações exsudativas e hemorrágicas.
CONCLUSÃO: Embora um tumor benigno, o nevus de coróide deve ser avaliado e seguido meticulosamente. O diagnóstico diferencial com melanoma de coróide e a transformação maligna devem sempre ser averiguados.
REFERÊNCIAS: Chien JL, Sioufi K, Surakiatchanukul T, Shields JA, Shields CL. Choroidal nevus: a review of prevalence, features, genetics, risks, and outcomes. Curr Opin Ophthalmol. 2017 May;28(3):228-237.
Zografos, L., Mantel, I., & Schalenbourg, A. (2004). Subretinal Choroidal Neovascularization Associated with Choroidal Nevus. European Journal of Ophthalmology, 14(2), 123–131.
Área
RETINA (Trabalhos)
Instituições
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
VITORIA THAMYRIS BRANDAO DA SILVA, FLAVIO MAC CORD MEDINA, RODRIGO CARVALHOSA RAMOS, CAMILA QUEIROZ VARGAS, JULIA SOARES GOMES DE MELO, RAQUEL MONTEIRO DOS SANTOS