Dados do Trabalho
Título
USO DE COLIRIO DE INSULINA COMO TERAPIA ADJUVANTE PARA TRATAMENTO DE ULCERA NEUROTROFICA: UM RELATO DE CASO
Resumo
Introdução: As úlceras neurotróficas são lesões de árduo manejo, etiologia multifatorial e que podem levar a cegueira e diminuição da sensibilidade corneal. O uso de colírios de insulina, em baixas concentrações, como terapia adjuvante para acometimento ocular por úlcera neurotrófica, não tem um mecanismo bem compreendido; no entanto, ele demonstra auxiliar no processo de cicatrização em lesões que ocorrem na córnea devido ao seu fator de crescimento insulínico (IGF-1), possibilitando o aumento do metabolismo celular e a reepitelização das células. Descrição do caso: Paciente M. S. C., sexo feminino, 80 anos, com história de dor crônica em olho direito desde setembro de 2017, sem queixas de baixa acuidade visual. Em um primeiro momento foi tratada para ceratite herpética com Aciclovir, sem apresentar resposta. Evoluiu com quadro de úlcera neurotrófica que se apresentava ao exame de biomicroscopia: inflamação das glândulas de meibomius e tempo de BUT reduzido AO, irregularidade epitelial e diminuição da sensibilidade corneana OD. O manejo clínico foi com lubrificação vigorosa, higiene palpebral, suplemento de ômega 3 e uso de lente de contato terapêutica Bandage por 1 mês, porém, não houve melhora do quadro. Dessa forma, foi proposto o uso de colírio de insulina (colírio de 25UI/ml, insulina NPH, 1 gota 4 vezes por dia), no qual em um período de 1 mês foi possível notar pela biomicroscopia, melhora evolutiva da irregularidade epitelial e da sensibilidade corneana, assim como a redução da dor ocular e fotofobia. A paciente segue em acompanhamento, permanece assintomática e não há áreas de despitelização. Discussão e conclusão: Os métodos convencionais para manejo de úlceras neurotróficas, possuem altas taxas de falhas, por isso, é de suma importância explorar novas opções de tratamento. Sendo assim, é notório que o uso de colírio de insulina como terapia adjuvante, é uma alternativa que melhora significativamente a irregularidade epitelial e a sensibilidade corneana e portanto, deve ser considerada, prevenindo assim, o desfecho final da úlcera. Além disso, evitam-se alternativas terapêuticas de difícil acesso aos pacientes, como membrana amniótica ou soro autólogo.
Referências Bibliográficas
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Área
CÓRNEA (Trabalhos)
Instituições
HOSPITAL DA GAMBOA - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
NATHALLIA ALVES SILVA, ISABEL ALVES BRASIL SENDINO, MANUELA AURICHIO GUERRA, CAROLINA FRACAROLLI TOLEDO CAMPOS