Dados do Trabalho


Título

HABILITAÇÃO/REABILITAÇÃO VISUAL NA ACROMATOPSIA CONGÊNITA INCOMPLETA: RELATO DE CASO

Objetivo

Descrever o caso de uma paciente com acromatopsia congênita incompleta acompanhada em programa de habilitação/reabilitação visual além de discutir os testes cromáticos da discromatopsia existente.

Relato do caso

Trata-se de uma paciente de 20 anos, leucodérmica, com diagnóstico de Acromatopsia Congênita Incompleta. Seus pais observaram nistagmo desde o nascimento e aos cinco meses ela submeteu-se a avaliação neurológica cuja propedêutica realizada mostrou-se normal. A criança foi encaminhada à oftalmologista especializada em baixa visão para esclarecimento diagnóstico e acompanhamento. Na ocasião a criança apresentava nistagmo pendular de média frequência e amplitude, fotossensibilidade e redução da acuidade visual aos Cartões de Teller. A partir de então, houve acompanhamento pedagógico abrangendo a estimulação visual e a inclusão escolar. Prescreveu-se a aproximação, o controle da iluminação e, posteriormente, a lupa de apoio 4X. Criança evoluiu bem, sem maiores dificuldades. Aprendeu a tocar piano, violão, a dançar jazz, sem limitações de seus desejos que eram sempre discutidos com a paciente e seus pais em consultas subsequentes. Aos 16 anos foram adaptadas LC gelatinosas tóricas até os 20 anos quando, houve melhor aceitação às lentes rígidas, mantidas até o momento. Propedêutica realizada mostrou: ERG: respostas escotópicas com morfologia, amplitude e tempo implícito compatíveis com a normalidade. Ausência de resposta fotópica registrável. EOG normal. Teste cromático Ishihara mostrou-se sugestivo de discromatopsia tipo Deutanopia, testes de comparação Panel 16 sempre se mostrou normal em AO e o D-15 dessaturado mostrou um traço sugestivo de tetartan.
Apresenta: AV OD= 0,3 +3,50-1,75x05 e OE= 0,35 +1,25-2,00x170. Fundoscopia AO: apagamento do reflexo foveal e leve afilamento vascular. A paciente cursa hoje o primeiro ano de medicina e a única dificuldade apresentada é um leve ofuscamento em sala de aula. Para ambiente externo, foram prescritos óculos com a ametropia existente em lentes filtrantes marrom 5, sortido bons resultados.

Discussão

É importante que os familiares estejam atentos a sinais e sintomas sugestivos de um comprometimento visual para encaminhamento precoce, ocasionando melhores chances para o desenvolvimento integral da criança. Na avaliação cromática confirmaram-se o Ishihara como o teste mais indicado nas discromatopsias congênitas e as limitações dos testes de comparação para o mesmo caso.

Área

Geral

Autores

Lara Leite Fernandes, Luciene Chaves Fernandes