Dados do Trabalho


Título

PARALISIA COMPLETA DE NERVO OCULOMOTOR EM ADOLESCENTE – RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de paciente adolescente com quadro súbito de paralisia completa de nervo oculomotor secundário à enxaqueca oftalmoplégica (EO).

Relato do caso

RSBS, 14 anos, sexo feminino, portadora de enxaqueca. Comparece ao pronto-atendimento do Hospital São Geraldo, no dia 29/03/2018 com quadro ocular súbito de ptose palpebral e diplopia horizontal, vertical, havia sete dias. Constatou-se, ao exame físico, paralisia completa do n. oculomotor à direita, incluindo acometimento pupilar. Não houve queixa de alteração da acuidade visual. Paciente nega trauma e associa início dos sintomas cinco dias após episódio de cefaléia hemicraniana latejante à direita, de início súbito, de forte intensidade, que irradiava para a região ocular ipslateral. A crise teve duração de sete dias e foi acompanhada de náusea e fotofobia. Paciente relatou que, cinco anos antes, apresentou quadro ocular semelhante, associado à cefaleia hemicraniana latejante. Na ocasião, foi internada na Santa Casa-BH e submetida à investigação complementar sem evidência de anormalidade. Encaminhamos a paciente para o pronto-atendimento do Hospital das Clínicas, no dia 04/04/2018 onde foi internada pela equipe de neurologia para dar seguimento ao caso. Paciente submetida a ressonância magnética (RM) de crânio e AngioRM, nos quais não foram encontradas alterações. Recebeu alta hospitalar no dia 05/04/2018 sendo considerado provável diagnóstico de enxaqueca oftalmoplégica. Em seguimento ambulatorial, desde então, com melhora parcial do quadro de paresia do n. oculomotor a direita.

Discussão

A paralisia completa de nervo oculomotor com envolvimento pupilar pode ser decorrente de aneurisma, particularmente de artéria comunicante posterior; ou pode ser devida a outras causas menos comuns que incluem trauma, tumor, herniação uncal, apoplexia pituitária, doença orbital e menos frequentemente EO.
EO é considerada causa rara de paralisia de nervo oculomotor. Apresenta predomínio no sexo masculino, sendo sua manifestação inicial geralmente na infância. Apresenta prevalência estimada em 0,7 por milhão, sendo definida segundo os critérios da International Headache Society (IHS)-2004 como: Crises recorrentes de cefaléia com características de enxaqueca associadas a paresia de um ou mais nervos oculares (comumente o III nervo), na ausência de outra lesão intracraniana demonstrável, exceto as alterações à RM do nervo acometido.

Área

Geral

Autores

Bárbara Guimarães Lisboa Lima, José Aloísio Massote, Carla de Souza Moreira, Thaís Nascimento Viana Penna Souza, Marcelo Barreiros Ribeiro, Matheus Marques De Oliveira Brito