Dados do Trabalho


Título

Neurorretinocoroidite Subaguda Unilateral Difusa (DUSN) com identificação clínico-tomográfica da larva móvel

Objetivo

Descrever o caso de paciente com DUSN, com identificação clínica e tomográfica da larva no espaço subretiniano, antes e após o tratamento.

Relato do caso

Trata-se de homem de 36 anos, com queixa de baixa acuidade visual (AV) e escotomas no olho esquerdo (OE), com 5 dias de evolução associada a baixa acuidade visual(BAV). Negava outros antecedentes clínicos/oftalmológicos. Apesar da ausência de contato direto com cães/gatos, trabalhava na construção civil, manipulando frequentemente areia.
Ao exame da admissão, apresentava AV corrigida de 20/20 no olho direito (OD) e 20/100 no OE. A biomicroscopia não mostrava alterações no OD e, no OE, revelava flare e reação de câmara anterior e vítreo anterior discretos (1+/4+). No segmento posterior, além de edema setorial do disco e edema macular, viam-se lesões retinianas profundas, branco-amareladas, numulares, acometendo mácula e região periarcada, e com padrão migratório no retorno subsequente. De permeio às lesões mais recentes, identificou-se larva móvel, destacada pela reflectância com luz aneritra e near-infrared, e com localização sob a membrana limitante externa da retina, definida pela tomografia de coerência óptica (SD-OCT), que também mostrou localização mais profunda das lesões retinianas, associada a espessamento coroideano subjacente, num padrão de uma retinocoroidite. Foi imediatamente feita fotocoagulação a laser sobre a larva, associada a corticoterapia oral, com subsequente regressão dos infiltrados retinianos e recuperação da AV para 20/20, sendo possível identificar à SD-OCT remanescentes da larva no local da fotocoagulação.

Discussão

Apesar da clássica descrição da doença como neurorretinite, este caso foi caracterizado como uma neurorretinocoroidite, demonstrando também de maneira precisa a localização da larva móvel na retina externa, antes e após o tratamento. A suspeita clínica, aliada à avaliação multimodal de imagem, podem favorecer o diagnóstico e tratamento precoces da DUSN, melhorando seu prognóstico.

Área

Geral

Instituições

Hospital São Geraldo - HC/UFMG - Minas Gerais - Brasil

Autores

HENDERSON HUMBERTO OLIVEIRA COUTINHO, RAFAEL de PINHO QUEIROZ, DANUZA OLIVEIRA MACHADO AZEVEDO, DANIEL VITOR VASCONCELOS SANTOS, JOÃO PEDRO DAYRELL de MAGALHÃES VIEIRA, CARLOS ANDERSON CARVALHO SILVA