Reabilitação Visual: o trabalho interdisciplinar e a escuta ativa das necessidades de reabilitação de adolescentes com baixa visão
Verificar necessidades de reabilitação visual de adolescentes e jovens adultos com baixa visão.
Trata-se de uma pesquisa exploratória. Os participantes seguiram os critérios de inclusão sendo adolescentes e jovens adultos com baixa visão atendidos em grupo de reabilitação de serviço universitário no interior paulista, quinzenalmente por equipe interdisciplinar. A coleta de dados ocorreu por meio de registros em áudio, vídeo e diário de campo dos atendimentos grupais e consulta a prontuários. Para análise dos dados foi utilizada técnica de análise de conteúdo. Este estudo está vinculado à pesquisa “Escolares com deficiência visual: percepções quanto ao seu processo de escolarização” e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – FCM- Unicamp, CAAE: 0392.0.146.000-09.
A amostra foi composta por seis adolescentes e jovens adultos com baixa visão e idades entre 11 e 23 anos cujos diagnósticos foram: doença de Stargardt, catarata; glaucoma congênito; retinopatia da prematuridade, atrofia óptica e síndrome de Riley Day. O nível de escolaridade variou do ensino fundamental ao ensino superior. Verificou-se que as necessidades de reabilitação referidas pelos adolescentes estavam relacionadas à aceitação das condições visuais, utilização e adaptação de recursos de Tecnologia Assistiva (auxílios ópticos, auxílios não ópticos e informática), expansão das relações interpessoais, melhoria do desempenho acadêmico e das atividades de vida diária.
Apesar da resistência inicial apresentada pelos participantes no uso de recursos ópticos, foi possível com o trabalho da equipe interdisciplinar favorecer o desenvolvimento das habilidades e potencialidades dos mesmos. O uso do resíduo visual, a autoestima, a interação social foram aspectos trabalhados nos atendimentos grupais e contribuíram para a inclusão dos adolescentes na família, na sociedade, na vida acadêmica daqueles que estão concluindo o ensino médio e daqueles que estão iniciando o ensino superior, pois preconizou-se a escuta ativa de suas necessidades de reabilitação. Sendo assim, o trabalho interdisciplinar e atento às necessidades de reabilitação é necessário e constitui um diferencial na evolução de pessoas com baixa visão.
Geral
Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil
ANA CLAUDIA FERNANDES, LETICIA COELHO RUIZ, Julia Carneiro Pereira, Rita de Cassia Ietto Montilha, Zélia Zilda Lourenço de Camargo Bittencourt, Maria Elisabete Rodrigues Freire Gasparetto