Corpo Estranho Intra Ocular: Um relato de caso
Relatar o caso de um paciente que sofreu trauma ocular perfurante, com presença de corpo estranho intra ocular (CEIO).
Paciente V.S.B., sexo masculino, 31 anos de idade, atendido no Setor de Urgência do Hospital São Geraldo/ HC UFMG, no dia nove de julho de 2018 relatando que há poucas horas tinha sentido corpo estranho atingir seu olho esquerdo (OE) enquanto martelava contra material metálico, evoluindo com baixa acuidade visual e dor ocular leve. Ao exame apresentava acuidade visual de 20/20 com correção em olho direito (OD) e 20/70 com correção em OE. Pressão intra ocular (Po) de 15mmHg em OD e 22 mmHg em OE. Biomicroscopia anterior de OD sem alterações e de OE apresentava hiperemia conjuntival, câmara anterior formada (CAF), reação de câmara anterior de +4/+4. Íris trófica. Córnea transparente, com desepitelização em limbo às 5 horas medindo 1×1mm, sem sinais de laceração. Teste de Seidel negativo. Cristalino tópico e transparente. Fundoscopia de OD sem alterações e de OE apresentava hemorragia vítrea localizada inferiormente, CEIO sobre a arcada temporal inferior, e duas pequenas roturas em região temporal superior. Retina aplicada. Disco óptico e mácula fisiológicos.
Na ocasião foi internado, tinha sido prescrito ciprofloxacino 750mg via oral de 12/12 horas, colírios de dexametasona 0,1% de 3/3 horas e atropina 1% de 12/12horas em OE. Ecografia modo B e TC de órbitas confirmaram presença de CEIO metálico. Paciente foi submetido à vitrectomia via pars plana (VVPP) com retirada de CEIO, colocação de lente intra ocular (LIO) no sulco, endolaser nas roturas e colocação de óleo de silicone. No 7° dia de pós operatório apresentava AV de OE de 20/40 e Po de 20mmHg. LIO tópica no sulco com pigmentos, CAF, cápsula anterior e posterior sinequiadas, capsulotomia central. Fundoscopia com retina aplicada.
O exame clínico oftalmológico cuidadoso, associado a exames de imagem são de suma importância no diagnostico preciso do corpo estranho intra ocular e sua correta localização. Antibioticoprofilaxia e tratamento cirúrgico precoces também são partes fundamentais do tratamento. Felizmente o paciente em questão teve uma ótima evolução. Parte desse sucesso deveu-se ao diagnóstico precoce do CEIO e a sua correta abordagem.
Geral
Carla Souza Moreira, André Aguiar Oliveira, Letícia Maria Silva Garcia, Bárbara Guimarães Lisboa Lima