Dados do Trabalho


Título

TRAUMA OCULAR CONTUSO COM ARMA DE FOGO DE BAIXO IMPACTO

Objetivo

Relatar a evolução de um trauma ocular não penetrante com arma de fogo de baixo impacto ( “arma de chumbinho”).

Relato do caso

A. F. P. S; 18 anos, compareceu à Urgência do HSG no dia 27/07/18 com relato de trauma com “arma de chumbinho” em OD no mesmo dia. Ao exame apresentava AV em OD de movimento de mãos e AV de 20/20 com PH em OE. Tonometria de OD: 28, OE: 14. Biomicroscopia de OD: edema corneano com hifema grau II, sem lesões fluoresceína positivas; visualizado projétil de chumbinho subtenoniano inferiormente. FO OD inviável. Biomicroscopia e fundoscopia de OE sem alterações. Solicitada TC órbitas no dia seguinte, sendo observado projétil em parede de órbita, sem sinais de perfuração. Realizada cirurgia para retirada do projétil. Solicitada Ecografia tipo B, que evidenciou hemorragia vítrea de extenso volume, com coriorretina aplicada. Iniciados colírios de Timolol, Maxidex reducional e Atropina, com pressão ocular mantendo-se em torno de 21. No seguimento, notou-se melhora progressiva e discreta da AV, com reabsorção lenta do hifema em câmara anterior, além de presença de vítreo em câmara anterior e subluxação de cristalino. Novas ecografias foram evidenciando reabsorção progressiva da hemorragia vítrea. Pressão ocular manteve-se estável nas primeiras semanas, até que foi necessária a introdução de Dorzolamida devido a níveis pressóricos persistentemente em torno de 30. Com a reabsorção da hemorragia vítrea, foi possível a realização da fundoscopia, com visualização de reliquat hemorrágico e hemorragias retinianas e maculares, além de visualização de Anel de Weiss. Com a posterior reabsorção das hemorragias retinianas, foi notada uma atrofia peridiscal e alteração do brilho e da pigmentação macular. Realizado OCT no dia 03/10/18, acusando atrofia retiniana difusa, incluindo atrofia de região macular importante. Discutido com a equipe cirúrgica de Retina que optou por não abordar devido à possibilidade de piora do prognóstico visual. O paciente foi encaminhado para manter o seguimento em nível ambulatorial, recebendo alta com acuidade visual em OD de 20/800.

Discussão

O trauma ocular penetrante acomete principalmente adultos jovens do sexo masculino. É importante atentar-se durante a avaliação para lesões secundárias à lesão principal. A evolução do trauma é imprevisível, sendo importante o seguimento adequado a longo prazo a depender das complicações desenvolvidas.

Área

Geral

Autores

Ludmilla Daylê Rodrigues Lacerda, Carolina Maciel Oliveira