Dados do Trabalho


Título

TELECONSULTORIAS ASSÍNCRONAS EM OFTALMOLOGIA PARA ATENÇÃO BÁSICA: 5 ANOS DE EXPERIÊNCIA

Objetivo

Teleconsultoria constitui “consulta registrada e realizada entre trabalhadores, profissionais e gestores da área da saúde, por meio de instrumentos de telecomunicação bidirecional, com o fim de esclarecer dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e questões relativas ao processo de trabalho” (Portaria 2.546, 27/10/2011, Ministério da Saúde). O presente trabalho tem como objetivo analisar as teleconsultorias assíncronas em oftalmologia para atenção básica, realizadas pelo Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas (HC-UFMG) no estado de Minas Gerais.

Métodos

Analisaram-se todas as teleconsultorias no período de 10/08/2013 a 10/08/2018, incluindo perfil do solicitante, tipos de queixas envolvidas, tempo e adequação das respostas tanto pelo plantão (médico de saúde da família - MSF), quanto pelo oftalmologista e a satisfação do solicitante. Trata-se de modelo de teleconsultoria assíncrona (offline), em que as dúvidas dos profissionais são encaminhadas por sistema baseado na web a MSF, que as responde em até 24h ou as encaminha ao oftalmologista, que tem 48-72h para respondê-las, utilizando o mesmo sistema. Os dados/resultados foram tabulados e analisados por software estatístico, com nível de significância de 5%.

Resultados

Foram realizadas 330 teleconsultorias no período de 5 anos. Destas, 165 foram classificadas como educacionais pelos solicitantes, majoritariamente enfermeiros (52,7%) 87 e médicos (33,9%) 56, atuantes da Atenção Básica de Saúde, principalmente do Norte de Minas (40,0%) 66 e Zona da Mata (19,4%) 32. O MSF respondeu a 48,5% das solicitações (80), sendo os outros 51,5% (85) direcionados por ele ao oftalmologista. As respostas foram adequadas em 90,3% (149) das requisições, parcialmente adequadas em 9,1% (15) e incorretas em 0,6% (01). As dúvidas mais comuns versaram sobre irritação ocular (18,9%) 31, alterações palpebrais (11,0%) 18, programas educacionais (9,1%) 15, catarata (7,9%) 13, refração e ametropias (7,3%) 12, e trauma e corpo estranho (6,7%) 11. O tempo médio para a primeira resposta foi de 1 dia. Dentre os pacientes que responderam à enquete de satisfação, 89,3% (50/56) mostraram-se satisfeitos com a teleconsultoria.

Conclusões

As teleconsultorias neste modelo podem contribuir para a aproximação da Oftalmologia à Atenção Básica, orientando melhor os profissionais e identificando as principais lacunas de conhecimento. O alto nível de satisfação dos usuários e de adequação das respostas encoraja o investimento neste tipo de estratégia de telessaúde.

Área

Geral

Instituições

Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas HC-UFMG - Minas Gerais - Brasil, Faculdade de Medicina da UFMG - Minas Gerais - Brasil, Fundação Hilton Rocha - Minas Gerais - Brasil, Hospital São Geraldo HC-UFMG - Minas Gerais - Brasil

Autores

CAROLINE DOS REIS, BRUNO AVELAR MIRANDA, CRISTIANE GUIMARÃES PESSOA, MILENA SORIANO MARCOLINO, LUIZ CARLOS MOLINARI-GOMES, DANIEL VITOR VASCONCELOS-SANTOS