Dados do Trabalho


Título

PADRÃO DE USO DOS ANTIMETABÓLITOS NA TRABECULECTOMIA PRIMÁRIA

Objetivo

Fazer um levantamento do padrão de uso dos antimetabólitos na cirurgia de trabeculectomia primária entre especialistas de glaucoma no Brasil.

Métodos

Em Novembro de 2017, fora enviado a todos os membros da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) email contendo questionário sobre o uso de antimetabólitos na trabeculectomia primária. As perguntas se referiam especificamente ao número de trabeculectomias nos últimos 12 meses, antimetabólito de preferência, frequência da utilização da MMC ou 5 FU no per-operatório, concentração do fármaco, forma de administração (esponja ou injetável), variação de tempo ou concentração na presença de fatores de risco para falência cirúrgica e uso de injeções de 5 FU no pós operatório.

Resultados

Dentre os 599 membros afiliados à SBG na época da pesquisa, 104 (17,3%) responderam ao questionário. Entre os antimitóticos avaliados, a MMC foi escolhida por 98,9% dos especialistas em detrimento ao 5 FU. O dado mais interessante é que em torno de 4 em cada 5 participantes informaram utilizar a substância em 100% dos casos de trabeculectomia primária. Quanto ao meio de administração, 2 em cada 3 preferem esponjas embebidas em MMC numa concentração média de 0,3 mg/ml. Por outro lado, existe uma tendência de uso mais diluído (0,2mg/ml) quando sob a forma injetável. Observou-se preferência em variar o tempo de exposição da MMC ao invés da sua concentração quando da presença de possíveis fatores de risco para a falência da ampola filtrante (jovem, raça negra, cirurgias prévias). A injeção pós-operatória de 5 FU é realizada por apenas 19 % dos cirurgiões.

Conclusões

Apesar das temidas complicações pós-operatórias associadas ao uso dos antimetabólitos, no Brasil existe uma forte tendência em usar a MMC em praticamente todas as cirurgias de trabeculectomia, mesmo em casos primários. A via de administração preferencial ainda é tradicionalmente embeber a MMC em esponjas de celulose numa concentração média de 0,3 mg/ml. Já o 5FU tem sido pouco explorado pelos cirurgiões brasileiros como mecanismo de controle da resposta cicatricial no pós operatório.

Área

Geral

Autores

REINALDO DE OLIVEIRA SIEIRO JUNIOR, Gustavo Muradas San Martin Reis, Eduardo de Castro Miranda Diniz, Clarice Freire Dayrell de Sousa, Emílio Rintaro Suzuki Júnior, Luciana Paiva Lopes Figueiredo