RETINOPATIA ESCLOPETARIA POR ARMA DE PRESSÃO – RELATO DE CASO
Descrever um caso de retinopatia esclopetária recebido no Centro Oftalmológico de Cáceres - MT
Paciente de 18 anos, sexo masculino, estudante e procedente de Porto Esperidião – MT foi atendido no pronto-atendimento oftalmológico referindo trauma penetrante em órbita à direita, com arma de pressão - "chumbinho" há 1 hora. Negava baixa de visão e referia parestesia em fronte e dor de moderada intensidade. Negava patologias pregressas. Ao exame oftalmológico, acuidade visual com correção 20/30 no olho direito e 20/25 no olho esquerdo. Apresentava exotropia no olho direito e hipertropia D/E. Á biomicroscopia do olho direito apresentava ptose moderada, hiposfagma nasal e temporal, defeito pupilar relativo aferente ausente. Ao mapeamento de retina, evidenciou-se hemorragia intrarretiniana nasal superior e estrias de coroide em periferia, mácula com brilho preservado, papila com bordo nítidos e escavação fisiológica. Olho esquerdo sem alterações ao exame oftalmológico. Ao raio X de órbita e TC tridimensional, visualizou-se corpo estranho metálico intraconal, próximo a fissura orbital superior. No presente caso, optou-se por conduta conservadora pois o paciente evoluiu com 20/20 no olho acometido, sem diplopia e leve dor tratada com o uso de analgésicos e corticoesteróides. Realizou-se a fotocoagulação à laser ao redor da lesão retiniana.
Traumas por arma de fogo podem levar a lesões oculares penetrantes ou contusas. A retinopatia esclopetária é uma manifestação rara de trauma ocular que pode ou não penetrar a órbita. A lesão retiniana é atribuída a uma onda de choque que se propaga após a passagem do projétil em alta velocidade. Essa onda de choque provoca então uma ruptura coriorretineana de espessura total, gerando o aspecto cicatricial difuso da condição. Na retinopatia esclopetária, ao contrário do caso relatado, a acuidade visual geralmente é baixa e é ocasionada por lesão a retina, ao nervo óptico ou ambos concomitantemente. Achados de fundoscopia descritos incluem proliferação fibrovascular, migração e proliferação do epitélio pigmentado da retina (EPR), formação de membrana epirretiniana, perda de fotorreceptores e atrofia óptica.
Geral
Isabela Costa Soares Martins, Odenilson Jose Silva, Jacqueline Moraes Nogueira, Kleiton César Silva Almeida, Larissa Pereira Cabral Correa, Andre Luís Borba S