Tomografia de Coerência Óptica – Auxilio no diagnóstico de Rotura Retiniana em paciente com Toxoplasmose Ocular: Relato de Caso
Correlacionar a toxoplasmose ocular com rotura retiniana, e demonstrar a importância da tomografia de coerência óptica (OCT) na oftalmologia
L.C.A., 19 anos, sexo feminino, apresentou baixa acuidade visual, hiperemia conjuntival e dor ocular em olho esquerdo (OE) com 9 dias de evolução. Ao exame: Acuidade Visual (AV) sem correção de 20/25 em olho direito (OD) e 20/40 em OE. Biomicroscopia de OE: câmara anterior formada, com reação de câmara anterior (RCA) 2+/4+, flare 2+/4+, precipitados ceráticos e fibrina em endotélio corneano e células em vítreo anterior 2+/4+. Fundoscopia de OE: haze vítreo 1+/4+, vasculite e presença de cicatriz de retinocoroidite (RC) com lesão exsudativa temporal superior (TS). Após 22 dias de tratamento clássico para toxoplasmose ocular com melhora progressiva do quadro, a paciente apresentou piora na AV de OE para 20/100. À fundoscopia haze vítreo discreto com edema de disco óptico, lesão de RC temporal em processo cicatricial e alteração macular. Realizados angiofluoresceinografia (AFG) e OCT. A AGF demostrou lesão hipofluorescente com bordas hiperfluorescentes em região temporal. OCT com ausência de edema macular. Solicitado Ecografia modo B (ECO-B) de OE que apresentou descolamento tracional da retina (DRT) TS. Avaliado pelo setor de Retina observou-se à fundoscopia de OE hialoide descolada e cicatriz TS com DRT adjacente. Piora da AV após 10 meses, apresentando descolamento de retina em polo posterior e inferior, não visto rotura, com cicatriz de RC temporal. ECO-B compatível com descolamento de retina. Realizado novo OCT na área da lesão confirmando presença de rotura retiniana. Realizado vitrectomia posterior via pars plana com endolaser cercando rotura e óleo de silicone sem intercorrências.
Paciente em terapia profilática com Bactrim F e seis meses de pós-operatório. Mantém retina aplicada e AV OE de 20/200.
A Toxoplasmose ocular é a causa mais comum de uveíte posterior. A lesão no OE, inicialmente vista como uma DRT, ao exame OCT foi constatada como rotura. O uso do OCT mostrou-se de grande importância pois permitiu um diagnóstico preciso e uma abordagem precoce no caso relatado
Geral
Matheus Coelho Rocha, Wesley Araújo Duarte, Larissa Alves Aurich, Giovanna Provenzano , Daniel Vítor Vasconcelos