Dados do Trabalho

Título

Neovascularização coroidiana em míope ou coroidopatia puntata interna? - Relato de Caso

Objetivo

Reportar um caso de paciente míope com neovascularização coroidina na coroidopatia puntata interna (PIC) e descrever a avaliação multimodal (Spectralis HRA + OCT - Angiógrafo de retina e tomografia de coerência óptica; Heidelberg Engineering Inc., Heidelberg, Alemanha), que consiste em: Near-Infrared reflectancia, Red-free, Fundus autofluorescente; Near Infra-autoreflectância e avaliação de Spectral OCT; além de Angiografia com Indocianina Verde e Retinografia colorida antes e após o tratamento com injeções intravítreas de anti-VEGF.

Relato do caso

Mulher, 32 anos, míope, comparece no setor de urgência do hospital com queixa de baixa acuidade visual súbita e indolor em OD há 6 dias. Refere perda da visão central, percepção visual de flash de luz fixo temporal e de mancha negra no campo central da visão. História pregressa de cirurgia refrativa AO há 6 anos (miopia de -2,5 OD, -3,0 OE) e membrana neovascular sub-retiniana em OD sendo submetida a 5 injeções intravítreas com bevacizumabe 0.5 mg no OD, sendo a última realizada 12/09/2017. Melhor acuidade visual corrigida (AVcc) de 20/30 e 20/20.
Ao exame apresentava AVcc conta-dedos à 1 metro OD e 20/20 OE. Biomicroscopia sem anormalidades. Fundo de olho apresentava edema macular com acometimento foveal associado à lesão acinzentada justafoveal e lesão tipo saco abocado adjacente ao disco óptico no setor nasal.
O seguimento da paciente foi acompanhado por meio de avaliação multimodal no momento do diagnóstico que evidenciou acometimento bilateral e membrana neovascular sub-retiniana em OD. Foi realizado protocolo de tratamento com injeções intravítreas de anti-VEGF e nova avaliação das imagens após 4 semanas de tratamento.

Discussão

A PIC se mantém como um desafio diagnóstico por sua semelhança com outras condições e uveítes posteriores como as "white dot syndromes". Sua detecção e monitoramento têm sido facilitados por técnicas modernas de varredura, especialmente OCT e imagens de autofluorescência. Além disso, recursos de imagem se mostram indispensáveis para o diagnóstico de suas complicações, como a neovascularização coroidiana, que é a principal causa de redução da AV na patologia, além do monitoramento e quantificação da resposta ao tratamento.