Dados do Trabalho


Título

O IMPACTO DA AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA EM UM PACIENTE ONCOLÓGICO: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Enfatizar, por meio de um relato de caso, o papel do oftalmologista na detecção de lesões metastáticas oculares em pacientes com câncer de mama.

Relato do caso

Paciente feminino, 56 anos, hipertensa, diabética, hipotireoideia, em tratamento para câncer (CA) na mama direita há 2 anos, com radioterapia e quimioterapia. Encaminhada ao departamento de Retina devido a queixa de baixa acuidade visual (AV) do olho esquerdo (OE) há um mês. Ao exame: AV de 20/40 (Snellen) no olho direito (OD) e de percepção luminosa no OE, com preservação de senso cromático; biomicroscopia sem alterações; fundoscopia com drusas perimaculares coalescentes no OD e inviável no OE por hemorragia vítrea. À ultrassonografia do OE: lesão sólida, elevada, irregular e de alta reflectividade no pólo posterior associado a descolamento seroso de retina. Foi realizada vitrectomia via pars plana com preparo prévio de uma semana com anti-angiogênico. No per-operatório observou-se lesão tumoral elevada, branco amarelada, exsudativa com descolamento hemorrágico e foi realizada endofotocoagulação de alta energia em toda extensão tumoral com margem de segurança. No pós-operatorio houve reabsorção da hemorragia vítreoretiana, a retina estava aplicada e a cicatriz de laser em curso. Concomitantemente realizou quimioterapia neoadjuvante para CA na mama direita e, após seis meses, realizou mastectomia total de Patey (axila negativa). Recebeu adjuvância com radioterapia, terapia hormonal e sessões de fotocoagulação a laser em pólo posterior. Seguimento após um ano evidenciou melhora da AV do OE (20/400) com regressão total da tumoração à fundoscopia.

Discussão

O câncer de mama apresenta metástase ocular em 10% dos casos, sendo esta assintomática 25% das vezes. O relato descrito reafirma a importância do exame oftalmológico no paciente oncológico como parte do estadiamento do câncer, uma vez que a precocidade do tratamento conjugado (ocular e sistêmico) pode alterar seu prognóstico visual e evitar possíveis complicações, principalmente nos casos assintomáticos.

Área

Geral

Instituições

Instituto de Olhos Ciências Médicas - Minas Gerais - Brasil

Autores

ALINE VILANI DA SILVA REZENDE, FREDERICO DE MIRANDA CORDEIRO, LETÍCIA ARRIEL CREPALDI, LARISSA FOUAD IBRAHIM, GUILHERME MALTA PIO, HECTOR NERY PINEDA CORREA