Dados do Trabalho


Título

Aprendizado de Máquina para Detecção de Pico de Pressão Intraocular às 6h a partir de Minicurva em Suspeitos e Portadores de Glaucoma

Objetivo

Utilizar técnica de aprendizado de máquina para prever pico de pressão intraocular (Po > 21 mmHg) às 6h, no leito e no escuro, a partir de uma minicurva com medidas da Po às 8, 9 e 11h em pacientes suspeitos e portadores de glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA).

Métodos

Pacientes suspeitos e portadores de GPAA realizaram curva diária de pressão ocular, na qual tiveram a Po aferida com o tonômetro de Perkins às 6h em posição supina e no escuro, antes de se levantarem. Selecionou-se, de cada paciente, o olho com maior valor de Po às 6h. Propomos duas novas variáveis para análise das curvas diurnas: inclinação às 8h e concavidade da curva. Como variáveis preditoras do pico de Po às 6h, foram incluídos os valores de Po às 8h obtidos após 60 min de repouso do paciente, em posição supina e no escuro (tonômetro de Perkins) e os obtidos às 9 e 11h em posição sentada (tonômetro de Goldmann), além das variáveis propostas. Foram também coletados os valores de MD, espessura central da córnea, idade e gênero. Utilizou-se o método de árvore de classificação (CART) para prever pico pressórico às 6h, após a separação aleatória da amostra em grupos de treinamento (n=60) e de validação (n=38).

Resultados

Foram incluídos 98 olhos de 98 pacientes. Os valores de Po às 8, 9 e 11h, assim como os valores de inclinação e concavidade da minicurva foram significativamente diferentes (p≤0,001) nos subgrupos com e sem pico pressórico às 6h. Demais variáveis não apresentaram diferenças significativas. A partir do método CART, as variáveis que demonstraram maior poder preditivo para pico pressórico às 6h foram a Po às 8h e a concavidade da curva diurna. Os pacientes foram estratificados em 3 grupos de acordo com o risco de pico pressórico às 6h: baixo risco (0 de 22, 0%), risco intermediário (7 de 27, 26%) e alto risco (42 de 49, 86%). A realização da curva diária de pressão ocular com tonometria às 6h em somente 27% dos pacientes (grupo de risco intermediário) resultaria em sensibilidade de 100%, especificidade de 86% e acurácia de 93% para detecção de pico pressórico às 6h.

Conclusões

Pacientes suspeitos e com GPAA podem ser classificados em relação ao risco de pico de Po às 6h a partir de medidas da Po às 8, 9 e 11h, utilizando-se o método CART. Picos de Po às 6h podem ser detectados com alta acurácia realizando-se a CDPo somente em pacientes com risco intermediário. As variáveis propostas, inclinação e concavidade da curva diurna, diferiram significativamente em pacientes com e sem pico pressórico às 6h.

Área

Geral

Instituições

Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

CAMILO BRANDAO-DE-RESENDE, Alberto Diniz-Filho, Carolina Saliba, Erica Borges, Ligia Gualberto, Rafael Merula, Sebastião Cronemberger